O avião C919, de fabrico chinês, completou este domingo com sucesso o seu primeiro voo comercial entre as cidades de Xangai (leste) e a capital, Pequim, numa rota operada pela companhia China Eastern.
O voo, designado MU9191, descolou do Aeroporto Shanghai Hongqiao às 10h32, horário local (02h32 TMG), e pousou no Terminal 2 do Aeroporto Internacional da Capital de Pequim após uma viagem de duas horas às 12h31 (04h31 TMG), quase 40 minutos antes do horário anunciado anteriormente.
De acordo com as autoridades aeronáuticas chinesas, a aeronave, desenvolvida pela Commercial Aviation Corporation of China (COMAC), foi certificada pela Civil Aviation Administration of China (CAAC) após mais de 14 anos de desenvolvimento.
No seu primeiro voo comercial, o C919, realizado este domingo, transportou 128 passageiros.
"Este voo marca uma cerimónia de maioridade para a nova aeronave e o C919 vai melhorar se passar no teste de mercado", disse Zhang Xiaoguang, diretor do departamento de marketing e vendas da COMAC, em declarações à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Com capacidade para 164 passageiros, o C919 pretende concorrer com os modelos Airbus A320 Neo e Boeing 737 MAX.
A China Eastern, que assinou um acordo de compra para cinco C919, pretende operar os voos com estes aviões principalmente na metrópole de Xangai.
Segundo Zhang Xiaoguang, a companhia aérea tem programado introduzir gradualmente os C919 na sua frota nos próximos dois anos, com possibilidade de expansão com base no desempenho e na procura das suas rotas.
O lançamento do C919 reflete a ambição da China de fortalecer sua posição no mercado de aviação comercial, com o Governo chinês a ter como objetivo atingir 10% de participação no mercado doméstico com este modelo até 2025.
A companhia aérea realizou programas de treino para o seu pessoal e voos experimentais para garantir a segurança e a operação do C919.
A companhia aérea recebeu sua primeira aeronave C919 no final de 2022 e, posteriormente, iniciou uma série de voos de teste, num total de 100 horas.
A COMAC recebeu mais de 1.200 pedidos para o C919 e pretende atingir uma capacidade de produção anual de 150 aeronaves nos próximos cinco anos, adiantam as fontes.
O C919 representa o esforço da China para reduzir a sua dependência dos fabricantes ocidentais em termos de tecnologia de aeronaves.
Embora use alguns componentes ocidentais, o objetivo de longo prazo é desenvolver uma cadeia de componentes totalmente chinesa.