O presidente do conselho de administração da ANA – Aeroportos de Portugal pediu, esta terça-feira, “independência” na escolha da comissão para acompanhamento da avaliação ambiental estratégica das soluções aeroportuárias para a região de Lisboa.
José Luis Arnaut, que participava na VI Cimeira do Turismo, mostrou-se “satisfeito”, com o calendário anunciado pelo primeiro-ministro para agilizar o processo de decisão do novo aeroporto de Lisboa.
De resto, António Costa revelou que, já esta quinta-feira, o Conselho de Ministros “vai aprovar uma resolução que definirá a metodologia para a realização e prazo sobre a avaliação ambiental estratégica (AAE)”, assim como “a proposta de lei que vai permitir ao Parlamento definir adequadamente as competências dos municípios em matéria de licenciamento de aeródromos”.
São boas notícias, para o presidente da ANA, que pede uma “comissão equitativa”, com a presença “não apenas de universitários”, mas com “especialistas de aviação, de negociações das PPP (Parceria Público Privado), de comercialização de aviação”, defendendo a existência de “entidades neutras e independentes, e que não tenham no seu passado tomado posições partidárias a favor de uma ou de outra solução”.
José Luis Arnaut espera “que essa independência seja mantida”, de forma que “não venham a criar-se nuvens”, sobre o tema.
“É muito importante para o país haver uma solução sem dúvidas, serena, tranquila e com qualidade”, observou, o responsável pela empresa que é detida pela francesa Vinci.
Sobre o anúncio de que o Governo vai “de imediato” autorizar a empresa que gere os aeroportos nacionais a iniciar as obras necessárias para que o Aeroporto Humberto Delgado funcionar com maior eficácia, o gestor fala numa “tomada de consciência” por parte do Governo.
“Acho que estão criadas as condições, para nos deixarem, à TAP e a nós, avançar e começarmos a criar as condições de melhoria da realidade. Temos um aeroporto que duplicou em dez anos e, portanto, temos que o adaptar, tem que ser feito esse melhoramento e deixar o concessionário e os operadores fazerem esse trabalho”, considerou.
Arnaut lembrou que em 2020, a ANA apresentou um projeto para avançar com as obras de melhoria no aeroporto de Lisboa, mas o então ministro das Finanças, João Leão, não autorizou.
O responsável espera que, finalmente, o processo seja desbloqueado, ainda que seja demorado.
“Há melhorias que podem ser feitas gradualmente, mas é uma obra a três anos, que vai ser feita devagarinho e por fases, porque o aeroporto tem que trabalhar”, argumentou.
“Temos que melhorar a qualidade, as interconexões, a acessibilidade, o fluxo dentro do aeroporto, são melhorias que têm a ver com a qualidade do funcionamento do aeroporto, não são medidas estruturais”, ressalvou o presidente da Ana – Aeroportos de Portugal.
No próximo ano turístico já deverão ver-se algumas melhorias significativas, sobretudo, se o tráfego aéreo continuar a aumentar como até aqui.
Dados oficiais dão conta que este ano já foram atingidos 97% dos níveis alcançados no ano de 2019.