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O primeiro-ministro António Costa afasta para já a hipótese de aliviar as medidas mais restritivas que vigoram para a Área Metropolitana de Lisboa e para 19 freguesias em particular.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o autarca de Loures, Costa remete para a próxima segunda-feira uma “avaliação global”, mas antevê a manutenção do atual cenário.
“A situação hoje está sob controlo em todo o território nacional, contudo não podemos desvalorizar o facto de em alguns locais muito precisos haver uma taxa de incidência que é muito elevada”, disse Costa.
O primeiro-ministro mostrou-se satisfeito com a nova metodologia que conseguiu estabilizar o aparecimento de novos casos, mas considera que “seria prematuro neste momento estar a aligeirar as medidas nestes territórios”.
Já em relação ao facto de Portugal figurar entre os destinos a vermelho na Europa, o primeiro-ministro considerou a situação “manifestamente injusta”.
“Não quero viver de teorias conspirativas. Acho que nem todos os países têm a mesma política de testagem e de transparência relativamente aos dados”, acrescentou.
Depois de ter insistido na tese relativa às diferenças ao nível da testagem praticada em vários países, o primeiro-ministro deixou críticas à forma como a União Europeia tem atuado ao nível da gestão das suas fronteiras internas.
"Há uma área em que a União Europeia tem falhado por não haver um critério uniforme relativamente às fronteiras internas, o que depois gera discrepâncias extraordinárias e até casos de pura retaliação. Há países que foram colocados recentemente em listas vermelhas, não porque tenham uma grande incidência da covid-19, mas porque tinham colocado outros em listas vermelhas", disse.
Em seguida, António Costa deixou um aviso às autoridades europeias: "Se começarmos todos a retaliar uns aos outros, vamos todos estar rapidamente em listas vermelhas".
"É preciso muito bom senso e haver aqui um diálogo sério das instituições europeias. A reação da União Europeia tem corrido melhor na capacidade de resposta à crise económica e social do que na gestão interna das suas fronteiras. Espero que isto seja rapidamente ultrapassado", completou o primeiro-ministro.
Neste contexto, António Costa classificou como "positivo" que a Bélgica "tenha compreendido a diferença existente entre situação no conjunto de Portugal e a situação de algumas localidades".
"É verdade que em Portugal conhecemos mais casos, mas temos mais razões para estar seguros. Perigoso são os países que não testam, porque conhecem menos a realidade", sustentou.