A edição 2021 do Fantasporto, que se realiza no Hard Club de 26 de abril a 4 de maio, tem uma lotação máxima de 225 lugares, devendo mudar-se para o Cinema Batalha em 2022, foi anunciado esta terça-feira.
O evento foi adiado e mudou "excecionalmente" de local devido à pandemia de Covid-19, depois de estar inicialmente previsto para 23 de fevereiro a 7 de março e, posteriormente, de 1 a 7 de março, no Teatro Municipal Rivoli.
Na conferência de imprensa desta tarde, Mário Dorminsky, cofundador do festival, indicou que a organização "arriscou tudo" ao decidir de avançar com 41.ª em formato presencial, contudo, admitiu que ainda está bem presente o receio de que a situação pandémica obrigue a um novo recuo.
Questionado pelos jornalistas sobre esta possibilidade, o fundador sublinhou que a solução passaria por adiar novamente o festival, mas manter o formato presencial.
O responsável avançou ainda que, em 2022, o Fantasporto terá lugar no renovado Cinema Batalha, cujas obras de reabilitação devem estar concluídas no final do ano, por forma a abrir as portas ao público em fevereiro desse mesmo ano.
De acordo com Mário Dorminsky, neste primeiro ano de reabertura do Batalha, o festival deverá acontecer em novembro, uma vez que é opção da direção artística da estrutura começar com programação própria.
Em 2023, o Fantasporto regressa às duas datas habituais.
Com uma lotação limitada a 225 lugares, a edição deste ano do Fantasporto decorre numa sala única, no Hard Club, escolhido pela organização por ser um espaço emblemático da cidade, que permite cumprir todas as regras de distanciamento impostas pelas autoridades de saúde.
A mudança de local deve-se à indisponibilidade de datas do Teatro Rivoli, que não garantiu nenhuma data alternativa para o Fantasporto'2021.
Além da lotação máxima do festival, a pandemia obrigou também a um ajuste na programação, explicou Mário Dorminsky, indicando, por exemplo, que as sessões terminam às 22h00 e não às 23h00 como era habitual.
Salientando que a entrada para a sala de exibição será controlada, o fundador do festival referiu ainda que foi contratada uma empresa para proceder à desinfeção do espaço, por forma a garantir a segurança de todos.
Devido às restrições, não haverá repetições de filmes, nem representantes estrangeiros no evento, embora "alguns espanhóis e duas japonesas" já tenham confirmado a sua presença.
O responsável explicou ainda que, face às restrições de funcionamento ao fim de semana, o festival será interrompido durante dois dias – 1 e 2 de maio – retomando na programação na segunda-feira e terça-feira – 3 e 4 maio –, dia em serão anunciados os prémios.
Mário Dorminsky esclareceu ainda que o júri desta edição, é um "júri online", que está a visualizar os filmes a partir das suas casas.
No que respeita à programação que vem sendo anunciada desde dezembro, Beatriz Pacheco Pereira, cofundadora do festival, destacou a grande incidência de cinema da América do Sul e a apresentação da versão final do Fime "40 anos de Fantasporto", de Isabel Pina.
Destacou ainda a apresentação do livro da sua autoria, "Fantasporto 40 anos – Uma história de Cinema", que assinala o percurso da cooperativa cultural.
Apesar das alterações, a abertura oficial mantém-se e será feita com um clássico, no caso, "Morte em Veneza", de Luchino Visconti, a propósito dos 50 anos da produção da obra, enquanto o encerramento estará a cargo de "No Man's Land", de Conor Allyn.
A secção oficial de cinema fantástico inclui filmes como "O Derradeiro Julgamento", de Neil Marshall, "Ten Minutes to Midnight", de Erik Bloomquist, e "O Cemitério das Almas Perdidas", do brasileiro Rodrigo Aragão, entre outros.
Além da competição de curtas-metragens, o Fantasporto vai incluir as habituais secções Semana dos Realizadores e Orient Express, esta última com três filmes: "Get The Hell Out", de I-Fan Wang, "Suicide Forest Village", de Takashi Shimizu, e "Awauta", de Mile Nagaoka.
Na competição pela melhor longa-metragem portuguesa vão estar "Toponímia - As Memórias do Porto", de António Pinto, "Um Quadro do Pollock com Sangue", de Rui António, "A Mulher Sem Corpo", de António Borges Correia, e "40 Anos de Fantasporto", de Isabel Pina.
Para além de "Morte em Veneza", os "Fantas Classics" vão também incluir outra obra de Visconti: "O Leopardo". Adicionalmente, como clássicos, vão ainda ser exibidos "Clube de Combate", de David Fincher, e "Dr. Estranhoamor", de Stanley Kubrick.