A redução acentuada dos testes de despiste do SARS-CoV-2 no mundo está a comprometer a vigilância sobre o coronavírus que causa a Covid-19, alertou esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que apelou aos países para manterem o rastreio.
“Este vírus não vai desaparecer só porque os países pararam de procurá-lo. Ainda está a disseminar-se, ainda está a mudar e ainda está a matar”, salientou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, com a diminuição da testagem a nível global, a organização está a receber menos informação sobre a transmissão e a sequenciação do coronavírus SARS-CoV-2.
Esta situação "deixa-nos cada vez mais cegos relativamente aos padrões de transmissão e de evolução", sublinhou o responsável da OMS, que apelou aos países para que continuem a monitorizar a evolução da Covid-19.
Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou que globalmente o número de casos e de mortes continua a decair, o “que é muito encorajador”, tendo sido reportados na última semana pouco mais de 15 mil óbitos, o total semanal mais baixo desde março de 2020, mas que deve ser visto “com alguma cautela”.
Na conferência de imprensa, Bill Rodriguez, o responsável da Global Alliance for Diagnostics (FIND), uma organização que colabora com a OMS na área do rastreio, também lamentou a decisão tomada por vários governos de "baixar a guarda" face ao SARS-CoV-2.
Nos últimos quatro meses e apesar da maior transmissibilidade da variante Ómicron, as “taxas de rastreio baixaram entre 70% a 90% em todo o mundo", afirmou Bill Rodriguez.