A adesão à greve parcial dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa era às 06h50 superior a 90%, encontrando-se todas as estações encerradas, disse à Lusa Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Numa nota enviada à agência Lusa esta terça-feira de manhã, a empresa diz que fez tudo para evitar esta paralisação e que "continua empenhada em manter as negociações com os trabalhadores para pôr termo a estas divergências".
Os trabalhadores do Metro de Lisboa cumprem uma greve parcial, que se repete no dia 10 de dezembro, entre as 05h00 e as 10h00, para exigir a resolução dos "incumprimentos sucessivos" da transportadora quanto a pagamentos das denominadas variáveis, ou seja, trabalho suplementar e feriados, e o cumprimento do Acordo de Empresa.
Numa nota divulgada na sua página na Internet, a empresa informa os utentes que, devido à greve, se prevê uma paralisação do serviço de transporte esta terça-feira e no dia 10 de dezembro nas primeiras horas da manhã, devendo a circulação estar normalizada a partir das 10h30.
Normalmente, o serviço funciona entre as 06h30 e as 01h00 nas quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
"Ao longo do período que decorre até à data das greves, o Metropolitano de Lisboa continuará a promover diálogo com os sindicatos tendo em vista um entendimento que permita a suspensão das referidas greves", garantiu a transportadora.
Os trabalhadores exigem pagamentos das denominadas variáveis, ou seja, trabalho suplementar e feriados, e o cumprimento do Acordo de Empresa.
Em 06 e 14 de novembro, foram também cumpridas duas paralisações parciais que tiveram uma adesão a rondar os 90%, segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), e que levaram à não abertura de todas as estações até meio da manhã.
Na semana passada, os sindicatos admitiram que as greves parciais podem ser suspensas se obtiverem uma resposta positiva do conselho de administração às suas reivindicações.
Na sequência de uma reunião recente com a administração, Sara Gligó, da Fectrans, disse que a transportadora assumiu pagar "este ano as variáveis referentes a 2023 e 2024 e isso não aconteceu".
O Metropolitano de Lisboa esclareceu na altura que sempre pagou "todas as remunerações", inclusive relativas a trabalho suplementar e em dias de descanso, e que ainda não dispõe de decisões judiciais que permitam alterá-las: "Não existe qualquer dívida ou pagamento em atraso no Metropolitano de Lisboa E.P.E. aos seus trabalhadores".
Metro lamenta inconvenientes
Em comunicado, enviado à Renascença, o Metro de Lisboa lamenta "os inconvenientes causados aos clientes" pela greve parcial desta terça-feira.
A empresa diz ter feito tudo para "evitar esta paralisação e continua empenhada em manter as negociações com os trabalhadores para por termo a estas divergências".
"O Metropolitano de Lisboa apresentou às organizações sindicais propostas concretas e credíveis, acolhendo os procedimentos reivindicados para os anos de 2023 e seguintes, relativamente à maioria das remunerações variáveis em causa (quatro das sete situações em discussão), propondo, ainda, a continuação das negociações relativamente às restantes variáveis, bem como para a revisão do Regulamento de Carreiras, conforme proposta já apresentada pela empresa", lê-se.
"O Metropolitano de Lisboa lamenta que apesar dos seus esforços não tenha sido possível alcançar um acordo que se traduziria na melhoria imediata das condições remuneratórias dos seus trabalhadores e evitaria os transtornos causados pela greve aos seus clientes", acrescenta a nota.
[Atualizado às 07h15 com informação de estações encerradas]