A escultura do Século I a.C. do imperador Augusto enche o olho a quem entra na nova sala de exposição do museu. D. Diogo de Sousa, em Braga. Mas uma das peças de maior destaque é um cálice etrusco do século VII a.C.
A peça é um dos “mistérios” da coleção "A Antiguidade no Mediterrâneo", doada ao museu por um casal alemão, explica a curadora Maria José Sousa.
Segundo investigadores trata-se de “uma peça única no mundo, muito rara”.
“Tem uma inscrição em toda a volta em etrusco que é uma língua que não está ainda toda interpretada e que será uma dedicatória à deusa Luz. Embora não seja uma peça que sobressaia muito na exposição, será, talvez, a melhor peça”, garante.
Ao todo são 300 peças, sobretudo, do mundo grego, romano e etrusco. Mas há, também, apontamentos egípcios ainda em estudo. É uma viagem até ao berço da civilização europeia que começa, pelo menos, nove seculos a.C.
“Há peças que, entretanto, ainda estão em estudo. Algumas que poderão ser do sec. IX a.C. E outras, depois de estudar, poderão até ser anteriores”.
O valor da coleção é incalculável. Já o seu peso cultural leva o museu de arqueologia de Braga para a ribalta da antiguidade clássica. A coleção vai permitir ao museu integrar “um circuito de arte clássica internacional”, adianta a diretora do D. Diogo de Sousa, Isabel Silva.
O espólio resulta da doação do casal Buhler-brockhaus, residente em Portugal, que financiou em meio milhão de euros a própria montagem da exposição tal como obras de requalificação do espaço. A responsável admite que é algo “que acontece uma vez na vida e com sorte”.