O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, fez, esta segunda-feira, aquele que foi o seu último discurso sobre o Estado da Nação, pedindo "lisura e transparência" na preparação das eleições gerais de 2017.
José Eduardo dos santos fez questão de sublinhar que se deslocava à Assembleia Nacional para proferir "última mensagem sobre o Estado da Nação no mandato, que decorre até 2017".
Numa alusão ao processo do registo eleitoral, que antecede as eleições e que é contestado pela oposição por serem conduzidos pelo Ministério da Administração do Território e não pela Comissão Nacional Eleitoral, José Eduardo do Santos apelou a que "se pautem pela lisura e pela transparência".
"Para que essas eleições, a realizar em 2017, expressem e correspondam de facto à real vontade dos eleitores do nosso país", disse o chefe de Estado angolano, que em Março deste ano anunciou que se retira da vida política em 2018.
"Que cada um, com o seu voto, faça livremente a escolha dos dirigentes que entendem que devem continuar a governar o país, e que não só o Estado mas também os partidos políticos, a sociedade civil, as igrejas e todos os cidadãos assumam com responsabilidade o seu papel, para que o processo seja realmente democrático, livre e decorra com normalidade e de modo exemplar", apelou José Eduardo dos Santos.
Sem apontar qualquer pista sobre o seu futuro, tendo em conta o anúncio de abandono da vida política, José Eduardo dos Santos limitou-se a recordar que com a realização de novas eleições "novas propostas de candidatos aos mais altos cargos do país vão surgir", permitindo consolidar um processo democrático "que já é irreversível" em Angola.