A ministra da Saúde diz que o Governo continua aberto ao diálogo com os profissionais de saúde, mas sublinha que as reivindicações não podem ser atendidas ao mesmo tempo.
“A prioridade são as respostas às questões dos utentes. A motivação dos profissionais é uma grande preocupação, mas há uma preocupação de sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde que temos de ter com todos os portugueses e que não podemos esquecer”, afirmou Marta Temido nesta sexta-feira, no Porto.
À margem de uma visita ao Hospital Conde de Ferreira, a ministra da Saúde considerou que a altura escolhida para os protestos está relacionada com o momento político.
“É importante dizer que não há coincidências e parece que, de setembro para outubro, o Serviços Nacional de Saúde, que estava com uma resposta extraordinária, está agora a claudicar”, afirma.
Marta Temido diz compreender “que muitas das aspirações tenham estado contidas” durante o período de combate à pandemia “e que estejam agora a surgir todas ao mesmo tempo”, mas sublinha que “estamos num contexto específico de discussão sobre o próximo quadro orçamental e, neste contexto, todos compreendem que há um conjunto de questões que é colocado”.
Tal não significa que o Governo não esteja aberto ao diálogo, garante a ministra, ressalvando que “dialogar não significa dar resposta favorável a todas as reivindicações”.
“O Governo sempre esteve disponível para dialogar e discutir as questões que os sindicatos colocaram. Só o senhor secretário de Estado realizou mais de 28 reuniões com as estruturas sindicais desde o início desta legislatura”, frisou nas declarações aos jornalistas.
Marta Temido defende que, neste momento em que “estamos a preparar a saída da pandemia e a organizar o Orçamento, as reivindicações têm de ser debatidas, sendo certo que nunca desistimos de procurar respostas, estivemos foi mais concentrados em resolver outros problemas”.
“Há questões que todos reconhecemos”, mas não é possível “atender a todas as reivindicações ao mesmo tempo. Não estamos a falar de não as atender, estamos a falar do ritmo” a que são atendidas.
Questionada sobre a situação na Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto, da qual se demitiram oito médicos, a ministra da Saúde admite que “o modelo precisará de ser revisto e afinado”, mas considera que “tem servido bem as necessidades nesta área na cidade do Porto e que é a melhor forma de responder em rede”.
Seja como for, “vai decorrer mais uma reunião” na próxima semana, adianta.