O Turquemenistão encontrou uma forma original de evitar o coronavírus. De um dia para o outro, o próprio termo foi proibido e desapareceu do léxico.
Segundo um comunicado dos Repórteres sem Fronteiras, a imprensa do Turquemenistão desta terça-feira simplesmente deixou de usar a palavra. Coronavírus desapareceu também de todas as brochuras sobre saúde pública, que agora referem apenas “doença” e “doença respiratória aguda”.
Mas a organização vai mais longe e diz que várias pessoas nas ruas das principais cidades foram abordadas por agentes à paisana quando pronunciaram a palavra “coronavírus” e foram escoltadas para fora de cena. Quem sai à rua de máscara também corre riscos.
O Repórteres sem Fronteiras atribui como fontes desta informação o jornal “Turkmenistan Chronicle” – que descreve como sendo um dos poucos órgãos de informação independentes sobre o país, embora seja operado do estrangeiro e esteja bloqueado dentro do Turquemenistão – e ainda repórteres locais da edição turcomana da Radio Free Europe.
“Ao banir a palavra ‘coronavírus’ do vocabulário turcomano, numa medida radical para suprimir toda a informação sobre a pandemia, o Governo do Turquemenistão está a colocar os seus cidadãos em risco”, dizem os Repórteres sem Fronteiras.
O Turquemenistão é um dos 22 países no mundo que oficialmente não tem qualquer caso de covid-19, mas a informação é relativamente pouco plausível, tendo em conta que o país partilha uma fronteira com o Irão, um dos países que foi mais duramente afetado pela pandemia depois de esta ter surgido na China, em finais de 2019.
Outros estados que insistem que não têm qualquer caso são o Tadjiquistão e a Coreia do Norte, na Ásia. São Tomé e Príncipe é o único estado lusófono ainda sem casos mas a maioria dos países que ainda escapam à presença do vírus são pequenas ilhas do Pacífico, que tomaram rapidamente medidas para se isolarem.