O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu esta segunda-feira levar a julgamento os 19 militares arguidos no processo do 127.º curso de Comandos, no qual morreram os recrutas Dylan da Silva e Hugo Abreu.
"Nesta fase processual, os indícios muito fortes para não pronunciar os arguidos (não levar a julgamento). Por isso pronuncio-os", disse a juíza de instrução criminal Isabel Sesifredo, durante a leitura de instrução criminal.
Em junho do ano passado, o Ministério Público acusou 19 militares no processo relativo à morte de dois recrutas dos Comandos e internamento de outros, considerando que os arguidos atuaram com "manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos".
Da lista dos acusados de abuso de autoridade e de ofensa à integridade física, no processo desencadeado pela morte dos recrutas e pelo internamento de outros, constam oito oficiais do Exército, oito sargentos e três praças, todos do Regimento de Comandos.
Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data dos factos ambos com 20 anos, morreram enquanto vários outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados, na sequência de uma prova do 127.º Curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de setembro de 2016.