A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, diz que qualquer fatalidade devido a constrangimentos nas urgências que possam ocorrer em novembro serão sempre da responsabilidade do ministro da Saúde.
Em declarações à Renascença, Joana Bordalo e Sá contesta declarações do diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, ao jornal Público, admitindo que novembro poderá ser "dramático" nos hospitais, se não houver acordo entre Governo e sindicatos médicos.
Para Joana Bordalo e Sá, o que acontecer no próximo mês será responsabilidade do Executivo. "Os médicos não têm falta de ética por estarem a colocar as minutas das 150 horas. O que eu considero falta de ética são os salários dos médicos em Portugal serem dos mais baixos da Europa", diz a dirigente.
"Os médicos já estão a trabalhar no seu limite há muito muito tempo. A responsabilidade, se acontecer alguma fatalidade, alguma morte indesejada pelo encerramento do serviço de urgência em novembro, será da sua inteira responsabilidade", garante Joana Bordalo e Sá, mencionando o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
Perante este cenário, um acordo entre Governo e médicos só será possível se o Executivo acomodar as propostas dos médicos, assegura Bordalo e Sá.
"Para haver acordo é necessário que os médicos sejam ouvidos e que as nossas propostas sejam incorporadas", assevera, adiantando que, "nos últimos 18 meses", nenhuma proposta do sindicato foi "ouvida e incorporada".
"Nós temos a solução. O Governo é que parece não a querer ouvir", remata.