PSD saúda divulgação da lista e desiste do debate no parlamento
26-07-2017 - 12:53

O líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusa o Governo de ter criado "especulação".

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O líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, considera que foi colocado um ponto final da especulação criada pelo Governo d propósito da lista das vítimas de Pedrógão Grande e anunciou, esta quarta-feira, que o PSD desistirá do debate na Comissão Permanente da Assembleia da República.

"Com a divulgação da lista" pela Procuradoria Geral da República (PGR), "não faz sentido" o PSD manter o debate pedido, defendeu o líder parlamentar do PSD em declarações aos jornalistas no parlamento, dois dias depois de ter dado um prazo de 24 horas para o governo divulgar os nomes, o que não aconteceu.

Horas após a PGR ter divulgado os 64 nomes das vítimas mortais, que deixaram de estar em segredo de justiça, Hugo Soares disse que, “como é evidente, depois de ter sido publicada a lista, deixa de fazer sentido a exigência do PSD”.

“Finalmente, a especulação acabou”, defendeu Hugo Soares, que elogiou a decisão do Ministério Público e criticou o Governo por “gerir politicamente aquilo que não pode nem deve estar no domínio da política”. Para o líder da bancada social-democrata, o Ministério Público “andou bem, divulgou a lista e pôs também um ponto final em torno daquela especulação à volta do segredo de justiça”.

O Governo “não fez o seu trabalho, fez o Ministério Público e fez muito bem”, concluiu.

“Finalmente foi posto um ponto final numa especulação criada pela irresponsabilidade do Governo e pela forma como quis gerir politicamente aquilo que não pode nem deve estar no domínio da política”, disse.

O PSD acredita que esta é “uma boa notícia” para o país, dado que as famílias podem finalmente ser ressarcidas pelos danos e mortes dos seus familiares” e que agora podem “continuar as suas vidas em paz”.

CDS acusa governo de alimentar tabu

Também Assunção Cristas, líder do CDS-PP, considerou positivo que a PGR tenha divulgado a lista das vítimas e acusou o executivo socialista de alimentar “um tabu” sobre a questão.

"Esperemos que agora se acabe com este tabu que lamentavelmente o Governo alimentou quando não foi claro em relação a esta matéria. Creio que é positivo poder-se ter acesso a essa lista e certamente o Ministério Público fará o seu trabalho", disse Assunção Cristas.

Falando aos jornalistas à margem de uma visita a um centro de apoio a reformados, em Lisboa, a presidente do CDS-PP considerou que a divulgação da lista pela PGR permitiu já perceber que "há mais duas mortes sob investigação, ligadas ainda que indiretamente aos incêndios de Pedrógão".

"Pelo menos agora há uma lista que pode ser consultada e qualquer omissão, repetição ou o que quer seja pode ser conferido por todas as pessoas e isso é positivo", disse.

A líder do CDS-PP afirmou esperar que "agora as coisas possam andar de maneira mais tranquila" e disse lamentar que "o Governo tenha alimentado este tabu e que não tenha esclarecido as coisas devidamente e atempadamente".

Bloco acusa PSD de “aproveitamento político”

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, também reagiu à divulgação da lista do nome das vítimas de Pedrógão, acusando o PSD de “aproveitamento político” e de instrumentalização do debate sobre o número de vítimas.

“Assistimos à politização de algo que deveria ser mantido para lá dos partidos políticos – o número de vítimas da tragédia e a lista dessas vítimas”, afirmou o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, no parlamento.

Pedro Filipe Soares acusou o PSD de “aproveitamento político” nos últimos dias em torno da divulgação da lista de mortos nos incêndios de Pedrógão, em junho.

Para o líder parlamentar bloquista, com a divulgação da lista, na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi eliminada “qualquer ideia de falta de transparência, de tentativa de esconder a informação”.

O BE acusou o PSD de querer “instrumentalizar para o jogo partidário e político aquilo que nunca deveria entrar neste espaço”, o número de vítimas.

[Notícia actualizada às 15h45 com reacção do CDS-PP e Bloco de Esquerda]