Os centros de saúde começam este mês abril a prescrever atividade física a doentes crónicos. A notícia é avançada à Renascença pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
A hipótese já tinha sido avançada em 2017, mas só agora parecem estar reunidas as condições para este projeto piloto avançar.
São mais de 50 profissionais espalhados pelo país que têm a tarefa de definir um plano de exercício físico para cada utente. Numa fase inicial serão acompanhados doentes com condições crónicas específicas: a diabetes tipo 2 e depressão.
“Terem selecionado estas duas condições teve a ver com a necessidade de haver uma avaliação. No fundo, o projeto-piloto também pretende avaliar o impacto numa série de indicadores de saúde e de bem-estar e perceber os custos que isso possa poupar ao sistema”, explica Cristina Godinho, do Programa Nacional para a Promoção da Atividade física, da DGS.
Cristina Godinho acrescenta que a “a ideia é que, de futuro, de facto isto possa ser alargado outras condições de saúde”.
Nestas declarações à Renascença, Cristina Godinho explica que de que forma é que os doentes vão ser acompanhados.
“Vão ser referenciados pelo seu médico de família e depois são referenciados para esta consulta de atividade física. Depois são acompanhados na consulta ao longo de seis meses”, diz. A equipa que vai seguir os doentes é composta “por uma equipa mínima de um médico com especialização em medicina desportiva e um profissional da área do exercício físico”.
Estes profissionais não terão de ser contratados especificamente para este efeito, uma vez que as unidades piloto já têm um médico de medicina desportiva e os profissionais de exercício físico chegam através de protocolos entre Câmaras Municipais e universidades.
Estas consultas vou avançar em centros de saúde de norte a sul do país. “Serão no total 13 unidades: 3 na zona norte, 3 na zona centro, 3 na zona de Lisboa e Vale do Tejo, 3 no Algarve e uma no Alentejo. No fundo temos uma abrangência nacional em termos daquilo que é a dispersão destas unidades de saúde, mas para já são unidades piloto”, descreve Cristina Godinho.
Ao longo de um ano espera-se que as consultas de prescrição de atividade física cheguem a 1.170 doentes crónicos. Dependendo do diagnóstico e dos recursos podem vir a ser acompanhados por psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas.