O presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar considera que os centros de saúde estão "preparados" para assumir a fase final da vacinação contra a Covid-19, algo que pode começar já no final de setembro.
Esta terça-feira, o coordenador da task force da vacinação contra a pandemia adiantou que as inoculações deverão passar para os centros de saúde quando 85% da população portuguesa estiver coberta por esse procedimento.
Diogo Urjais afirma, à Renascença, que "era difícil" manter os centros de vacinação ativos, devido aos custos inerentes da estrutura.
Por isso, a transição do plano de vacinação para os centros de saúde é uma solução "exequível", apesar de alguns destes espaços terem problemas para resolver.
"É verdade que, infelizmente, nem todos os edifícios estarão preparados para uma administração da vacina de forma segura e com circuitos separados, e isso é um problema. Mas de resto, acho que é uma tarefa que os cuidados de saúde primários estão preparados para fazer", aponta.
O preisdente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar pensa ainda que os problemas de marcação de consultas nos centros de saúde tem haver "com o facto de muitos profissionais estarem alocados a centros de vacinação".
"Gradualmente, a retoma à atividade essencial tem sido feita. As inoculações nos centros de vacinação está na responsabilidade de médicos, enfermeiras e secretários clínicos. Há uma sobrecarga de tarefas e uma divisão dos profissionais por estas várias atividades", explica, à Renascença.
No entanto, Diogo Urjais alerta que os centros de saúde têm de se preparar estruturalmente para o acréscimo de afluência de utentes, quando o plano da vacinação ultrapassar os 85% da população portuguesa coberta.
"Regionalmente, tem de se perceber quais sãos os passos para uma vacinação eficaz. Definir circuitos e preparar os espaços", afirma.
O responsável acredita que a preparação dos centros de saúde já devia ter começado, "desde o ano passado"; porém diz que "ainda há tempo" para preparar a transição do plano.
Sobre a continuidade da task force, Diogo Urjais pensa que "não será tão necessária, dado à experiência que se adquiriu e que deixa para outros profissionais".