“O povo iraquiano tem direito a viver em paz, a reencontrar a dignidade que possui”, disse o Papa, na manhã desta quarta-feira, durante a habitual audiência geral.
Francisco considerou a sua presença no Iraque “um sinal de esperança, após anos de guerra e terrorismo e no meio a uma grave pandemia” e fez um breve balanço da visita e dos seus momentos-chave.
“Experimentei o forte sentido penitencial desta peregrinação. Não podia aproximar-me daquele povo martirizado, daquela Igreja mártir sem carregar, em nome da Igreja Católica, a cruz que eles carregam há anos; uma grande cruz, como aquela colocada à entrada de Qaraqosh”, afirmou Francisco.
“Senti-o de forma particular, quando vi as feridas ainda abertas da destruição e, ainda mais, quando conheci e ouvi as testemunhas que sobreviveram à violência, à perseguição e ao exílio e, ao mesmo tempo, vi ao meu redor a alegria de acolher o mensageiro de Cristo”, acrescentou o Papa.
Em defesa do povo iraquiano, Francisco reiterou que "a guerra é sempre o monstro que, na medida em que os tempos mudam, se transforma e continua a devorar a humanidade”.
“Mas a resposta à guerra não é outra guerra. A resposta às armas não são outras armas”, afirmou Francisco, perguntando, depois, “quem vendeu as armas aos terroristas? Quem vende hoje as armas aos terroristas que estão a fazer massacres noutras partes? Pensemos em África, por exemplo. É uma pergunta que eu gostaria que me respondessem”.
E concluiu: “A resposta não é a guerra, a resposta é a fraternidade. Este é o desafio para o Iraque, mas não só, é o desafio para tantas regiões em conflito, é o desafio para o mundo inteiro: a fraternidade.”
De olhos postos no futuro, Francisco dirigiu também uma palavra aos numerosos emigrantes iraquianos: “deixastes tudo, como Abraão; como ele, mantende a fé e a esperança e sede tecelões de amizade e de fraternidade, onde quer que estejais. E, se puderem, regressem”.