Depois do Mundial do Catar, em que a FIFA foi obrigada a cessar alegações de neutralidade carbónica no Mundial de Futebol, a Aliança Ibérica pela Ferrovia exige esforço de redução de emissões para que o Mundial de 2030, em Portugal, Espanha e Marrocos, seja neutro em emissões de carbono.
"A partir de Lisboa, será possível alcançar em menos de seis horas e meia oito das doze cidades que vão acolher jogos do Mundial. E para conseguir que mais cidades possam estar abrangidas por estas seis horas e meia, seria importante realizar investimentos na ligação entre Lisboa e Madrid, que inclui a travessia ferroviária entre Lisboa e Chelas. E esse é o desafio que se coloca a este governo", refere Acácio Pires, da Associação Ambientalista Zero, um dos elementos da Aliança Ibéria pela Ferrovia.
Uma das propostas feitas às Federações de Futebol que vão organizar o Mundial foi a criação de "bilhetes verdes", mais baratos, que no fundo seriam um passe para os jogos, "já com transporte ferroviário incluído e outros transportes públicos para as deslocações dentro das cidades".
Quanto à travessia para Marrocos, "teria de existir um “transfer” de barco, de cerca de 30 minutos", que permitia fazer as ligações entre os dois continentes, evitando sempre o transporte em avião.
Acácio Pires alerta ainda que a FIFA não pode tentar repetir o que fez no Mundial do Catar, quando publicitou alegações de neutralidade carbónica, quando as estimativas do Comité Organizador indicavam a emissão de 3,6 milhões de toneladas de carbono.
"A melhor forma de assegurar neutralidade carbónica é reduzir emissões, e não apostar em compensações que podem ser falaciosas ou podem não cumprir os objetivos de redução".