Bruxelas recebe, esta quinta-feira, um Conselho Europeu extraordinário ameaçado por um novo eventual bloqueio da Hungria à reserva financeira de 50 mil milhões de euros para a reconstrução e modernização da Ucrânia, alvo de uma ofensiva russa desde 2022.
O montante está previsto no âmbito da revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2024-2027 da União Europeia (UE) e tornou-se o centro de mais um diferendo entre Budapeste e o bloco europeu.
Nas vésperas do encontro, altos funcionários comunitários avançavam que os líderes europeus estavam a estudar soluções e caminhos que ainda não tinham sido equacionados num cenário de "saturação e frustração" perante as ameaças e exigências húngaras, numa UE "condenada à unanimidade" orçamental.
Avançar com este apoio financeiro para a Ucrânia no âmbito do QFP permitiria à UE monitorizar como é gasto o dinheiro (17 mil milhões de euros em subvenções e 33 mil milhões em empréstimos), mas a Hungria tem rejeitado esta solução, fundamentalmente por discordar da suspensão de fundos europeus a Budapeste devido ao desrespeito pelo Estado de direito.
A reserva financeira de 50 mil milhões de euros para os próximos quatro anos para reconstrução da Ucrânia pós-guerra será mobilizada consoante a situação no terreno.
Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa.