A proposta do PSD, para aumentar os salários dos funcionários públicos em 4%, foi esta segunda-feira rejeitada na votação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
A medida recebeu o voto contra da maioria socialista e da Iniciativa Liberal e a abstenção do PCP. As restantes bancadas votaram a favor.
Também foi chumbada uma proposta do PCP de integração de trabalhadores precários nos respetivos serviços públicos.
Numa intervenção antes da votação, o deputado do PSD Duarte Pacheco acusou o Governo de manter uma estratégia de insensibilidade social e de cometer uma injustiça atroz contra funcionários públicos e privados.
“O Governo demonstra uma insensibilidade completa com o sofrimento das portuguesas e dos portugueses”.
O deputado social-democrata critica o aumento dos “funcionários públicos em menos de 1%, menos de 1%,” e diz que “se houver alguns privados que possam ter mais sensibilidade social que o Governo e resolvam aumentar, e dar um aumento extraordinário aos seus colaboradores, o Governo resolve não atualizar os escalões de IRS para que esse aumento seja absorvido pelos cofres do doutor Medina e fiquem no do Estado”.
“Isto é inqualificável”, caracterizou o deputado.
No dia em que arrancam as votações na especialidade do OE 2022, o PS garantiu que irá aprovar propostas das oposições.
A garantia foi deixada pela voz da deputada socialista Jamila Madeira que, no entanto, deixa o aviso que se mantém as regras das contas certas.
“Podemos desde já dizer que aprovaremos propostas deste amplo espectro político e, com isso acreditamos ajudar, acreditamos continuar a ajudar a reforçar a voz deste orçamento, sem nunca, mas sem nunca pôr em causa a estabilidade orçamental, nem pôr em causa o princípio das boas contas públicas, das contas certas”, avisou.