Centenas de agentes das forças de segurança concentraram-se esta sexta-feira, em Vizela, para pedir secretário-geral do PS um suplemento de risco equiparado ao da Polícia Judiciária.
"O que nós queríamos de Pedro Nuno Santos, enquanto candidato a primeiro-ministro, é que se comprometesse publicamente com as forças de segurança, os seus representantes e os seus profissionais em que, se for eleito primeiro-ministro, vai resolver, de uma vez por todas, o problema das forças de segurança a nível de igualdade para com a Polícia Judiciária que, e bem, tem o suplemento de missão", afirmou Paulo Pinto, representante dos polícias, em declarações aos jornalistas.
Agentes da PSP, guardas prisionais e militares da GNR cantaram o hino nacional e vestiram camisolas pretas, onde se viam as palavras "Tic, Tac", numa alusão à perda de paciência que dizem sentir face ao momento que atravessam.
"A paciência já se esgotou, isto é o sinal que durante muito tempo foram-nos tirando direitos, poder de compra e chegamos a este ponto em que nos tiraram o medo", acentuou o agente da PSP.
Exortou depois Pedro Nuno Santos, caso seja primeiro-ministro, a acabar com os suplementos e subsídios aos polícias "que não passam de migalhas".
"É uma forma de nos ir calando, mas que já não resultam. Nós estamos cá para lutar por aquilo que é nosso, por direito, no princípio da igualdade", concluiu.
A viatura de Pedro Nuno Santos passou sem qualquer problema, sem parar, na zona onde se encontravam os manifestantes, que se mantiveram em silêncio.
À saída do automóvel, já longe dos agentes, o secretário-geral do PS disse aos jornalistas que tem uma reunião marcada com as plataformas que representam as forças de segurança para o próximo dia 29.
"Aí teremos oportunidade de ouvir as reivindicações e preocupações das forças de segurança, que têm da nossa parte uma grande resposta", afirmou.
O líder dos socialistas disse não poder falar em nome do Governo. "Posso apenas falar enquanto secretário-geral do Partido Socialista e é nessa qualidade que temos a reunião marcada para o dia 29, para ouvirmos as forças de segurança, que são fundamentais para o funcionamento da nossa democracia e do nosso estado de direito", comentou.
Questionado sobre se com estas manifestações dos polícias, poderá estar comprometida a segurança do país, respondeu: "Tenho a certeza que temos maturidade democrática no nosso país para que a segurança do povo não seja posta em causa".
O líder do PS recordou que as forças de segurança "nunca puseram em causa a segurança do povo português".
Pedro Nuno Santos participa na noite de hoje num jantar de reis do PS/Vizela, com centenas de militantes e simpatizantes socialistas.