A agência noticiosa Associated Press ficou, esta terça-feira, impedida de transmitir imagens da Faixa de Gaza depois de autoridades israelitas terem apreendido o material de transmissão daquela agência.
Ao que tudo indica, a agência norte-americana terá sido acusada de violar a nova lei dos media, aprovada este mês, ao fornecer imagens de Gaza ao canal de televisão Al-Jazeera, impedida de funcionar naquele território desde 5 de maio.
A informação foi confirmada esta terça-feira pela própria Associated Press, que "denuncia a decisão".
"O canal do Qatar figura entre os milhares de clientes que recebem as nossas imagens em direto, bem como as imagens de outros serviços noticiosos", é dito pela AP.
"A Associated Press repudia de forma veemente a decisão do governo israelita de desligar o nosso feed de imagens em direto de longa duração onde mostrávamos imagens de Gaza e apreendeu material da AP", refere Lauren Easton, responsável da empresa.
A agência assegura que cumpre todas as regras de censura militar de Israel: o país proíbe a transmissão de, por exemplo, movimentos de tropas, para garantir a segurança dos seus soldados.
"A decisão não foi tomada por base no conteúdo da nossa transmissão em direto", assegura Easton, acusando Israel de fazer um "uso abusivo" da "nova lei de emissores estrangeiros".
A agência noticiosa pediu, esta tarde, para que o material apreendido lhe fosse devolvido e quer voltar a transmitir imagens em direto de Gaza "imediatamente", defendendo que só assim conseguem "continuar a oferecer jornalismo visual importante a milhares de meios de comunicação espalhados pelo mundo".
Recorde-se que os escritórios da Al-Jazeera já tinham sido encerrados a 5 de maio ao abrigo da mesma lei: as emissões foram proibidas e, em Israel, nem é possível aceder ao website daquele canal. Na base desta decisão está o facto do governo israelita acusar aquele canal de ser tendencioso.