A Diocese de Leiria-Fátima ultrapassou já a fasquia das mil inscrições para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ2023), que decorre em Lisboa e Loures, de 1 a 6 de agosto deste ano. O jovens estão na expetativa para ver o Papa Francisco, nem que seja ao longe, e ouvir as suas palavras.
Segundo o comité organizador diocesano, neste momento, estão inscritos 1.072 jovens, de 116 grupos de toda a diocese, mas o objetivo é chegar aos 1.500 no final de maio, quando encerrarem as inscrições.
Para o coordenador do comité, “estamos no bom caminho”. Em declarações à Renascença, o padre André Batista disse acreditar que, “através da Jornada Mundial da Juventude, o Espírito Santo tocará o coração de muitos jovens”, mesmo que sejam de outras confissões religiosas”.
Por enquanto, o comité não tem essa informação, pois ela não é pedida aquando da inscrição, mas o sacerdote revela que “temos conhecimento de jovens de outros ritos católicos que vêm na pré-jornada”.
Ver o Papa nem que seja "apenas como uma formiga"
Para muitos jovens da diocese, o ponto alto da Jornada será o encontro com o Papa Francisco.
André Taborda tem 19 anos e estuda fisioterapia no Instituto Politécnico de Leiria. A experiência na Missão País, em Minde, marcou-o, por isso, a perspetiva de estar com jovens diferentes, na JMJ, é super aliciante.
O jovem, que vai pela primeira vez ao evento, confessou à Renascença que “estar com jovens de todas as nacionalidades e outras culturas e conhecer o modo como vivem e as suas músicas vai ser muito engraçado”. No entanto, o momento mais importante “será estar com o Papa”, mesmo que seja a vê-lo “apenas como uma formiga”.
“Sentir a presença de um chefe máximo da Igreja vai ser mesmo incrível”, afirmou o jovem que pertence à comunidade dos Servos do Imaculado Coração de Maria.
O encontro com Cristo nas outras pessoas
Cristiana Lopes, da paróquia das Colmeias, vai pela segunda vez participar numa Jornada Mundial da Juventude.
Com 28 anos, a jovem revelou que a experiência de Cracóvia foi inesquecível.
“Foi mesmo o encontro com Cristo nas outras pessoas”, afirmou Cristiana, que viveu na primeira pessoa “a alegria de milhares de jovens que vivem a mesma fé”, o que a marcou profundamente.
Por isso, decidiu, este ano não só ir à JMJ, como abrir as portas da sua casa a jovens de fora que ali vão ficar na semana que antecede a jornada.
Abusos? Igreja vai caminhando para o sítio certo
Para Cristiana Lopes, as notícias dos abusos sexuais de menores por parte do clero não afetaram a sua fé.
“A Igreja já pôs os pés no sítio certo, e vai caminhando para o sítio certo, que é começar a falar sobre isso”, considera a jovem.
Cristiana acredita que a Jornada Mundial da Juventude vai ajudar os jovens a transmitir o amor de Cristo, pois “o nosso papel é esse, transmitir aos jovens Cristo vivo, Cristo misericordioso e a pessoa e o amor de Cristo”.
Com entusiasmo na voz, Cristiana apela aos jovens que se inscrevam: “vai haver muitos jovens na semana da jornada a ver as notícias, fotografias, e as redes sociais e vão pensar, porque é que eu não me inscrevi na jornada mundial da Juventude? Eu não quero que isso aconteça com ninguém, sabe? Por isso, inscrevam-se todos, vamos à Jornada Mundial da Juventude a semana toda, porque só o fim de semana também não vai chegar para ter a experiência toda!”