O FC Porto não pode, de qualquer maneira, perder pontos esta sexta-feira, na deslocação ao terreno do Paços de Ferreira. A opinião é de Manuel Serrão, empresário, comentador desportivo e conhecido adepto do FC Porto, em entrevista a Bola Branca.
A equipa de Sérgio Conceição entra em campo com cinco pontos de atraso para o líder Benfica e a três do Sporting, que está no segundo lugar da classificação.
Na conferência de antevisão ao encontro, Sérgio Conceição afirmou que o jogo com o Paços de Ferreira é uma autêntica final para a sua equipa, porque não pode perder mais pontos na luta pelo título, considerando que será o jogo mais difícil que irá disputar.
Manuel Serrão comenta essas declarações do treinador do FC Porto, sublinhando a necessidade imperiosa dos dragões saírem de Paços de Ferreira com os três pontos para dependerem só de si para chegar ao título.
"O Sérgio diz isso porque é o próximo jogo. É a lógica dele, que eu concordo, para manter a equipa concentrada. Com cinco pontos de atraso para o Benfica, e nem falo do atraso para o Sporting, perder qualquer mais ponto significa que o Porto não depende de si próprio", diz, antes de prosseguir a explicação.
"Ainda temos dois jogos com o Benfica e dependemos só de nós para sermos campeões. Mas se empatarmos e ficarmos a sete pontos, já não dependemos de nós. Acho que foi por aí que ele disse isso e vai continuar a dizer enquanto o Benfica continuar a ganhar", explica.
A densidade de jogos neste início de temporada tem sido um problema para as equipas que estão nas competições europeias. O FC Porto joga em Paços de Ferreira antes de na próxima terça-feira receber o Marselha para a Liga dos Campeões.
Manuel Serrão reconhece que Sérgio Conceição não pode poupar em nenhum jogo, mas que precisa que fazer, como tem feito, uma grande gestão do plantel.
"Tem de fazer essa gestão, como tem feito. O FC Porto tem de ter como objetivo passar a fase de grupos da Champions, mas também não pode perder mais pontos no campeonato, porque já perdeu cinco. Não pode tirar o pedal em relação a jogo nenhum. Essa questão de ser a antecâmara do Marselha, se tudo correr bem, vamos estar muito tempo na antecâmara de outros jogos europeus e nacionais", atira.
Défice preocupa. SAD deve procurar soluções durante a pandemia
O FC Porto anunciou, esta semana, um prejuízo recorde de 116 milhões de euros. No entanto, o valor das vendas feitas este verão ainda não estão contabilizadas no relatório.
A SAD portista justifica ainda o pior resultado financeiro da história da SAD com os impactos da pandemia de Covid-19 e também pelo não apuramento para a Liga dos Campeões da temporada passada
Manuel Serrão não esconde que deve haver alguma preocupação para os adeptos do FC Porto, mas especialmente para os acionistas. Esperando que os argumentos apresentados pelos dirigentes sejam válidos e que permitam ao clube azul e branco sair da alçada do fair-play financeiro imposto pela UEFA.
"Um défice deste tamanho tenho de preocupar os sócios e os acionistas, em primeira instância. É preocupante, mas é preciso acreditar no que foi dito pela administração na contabilidade dos jogadores vendidos e que no fim da época sairemos do fair play financeiro. Cá estaremos para ver. Se for verdade, a preocupação passa a menor", diz.
Manuel Serrão avisa que o final da pandemia, por si só, não será o final dos problemas dos clubes e das empresas, e que é preciso criar medidas para ter mais receitas.
"É um motivo válido para todas as empresas. Mas seja como for, um défice de 116 milhões é sempre um défice de 116 milhões. Os administradores da SAD precisam arranjar medidas para combater isto sem que chegue o fim da pandemia. O fim da pandemia permite aumento de receitas, mas tal como as restantes empresas, temos de nos habituar a viver com ela e tomar medidas para não se morrer durante a pandemia", termina.