O presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, denunciou esta sexta-feira a decisão de Rússia de o punir, juntamente com outros sete responsáveis europeus, e prometeu continuar a defender os direitos humanos.
“Aparentemente, não sou bem-vindo no Kremlin? Suspeitei um pouco… Nenhuma sanção ou intimidação vai impedir o Parlamento Europeu ou a mim de defender os direitos humanos, a liberdade e a democracia. As ameaças não nos silenciarão”, escreveu numa mensagem no Twitter.
Citando o escritor russo Leon Tolstoi, Sassoli escreveu ainda: “Não existe grandeza onde não existe verdade”.
A Rússia anunciou esta sexta-feira sanções contra oito responsáveis da União Europeia (UE), incluindo David Sassoli, em represália por medidas idênticas da UE em março e num aumento das tensões entre Moscovo e o ocidente.
"A União Europeia prossegue a sua política de medidas de restrição unilaterais ilegítimas dirigidas a cidadãos e organizações russas", declarou em comunicado a diplomacia do Kremlin, ao precisar que vai proibir a entrada na Rússia de oito responsáveis europeus.
Entre os responsáveis abrangidos estão o presidente do Parlamento europeu, David Sassoli, a vice-presidente da Comissão Europeia (CE) para valores e transparência, a checa Vera Jourová e o procurador de Berlim, Jorg Raupach.
Segundo o comunicado, a Rússia riposta desta forma às sanções impostas pela UE a 2 e 22 de março a altos funcionários russos, decisões que, na perspetiva de Moscovo, se destinam a "lançar um desafio aberto à independência da política interna e externa russa".
A 2 de março, a UE anunciou a decisão de impor medidas restritivas dirigidas a quatro russos responsáveis, segundo Bruxelas, por graves violações dos direitos humanos, designadamente prisões e detenções arbitrárias, e ainda a repressão massiva e sistemática da liberdade de reunião na Rússia.
As medidas incluem designadamente a proibição de entrada em território da UE e o congelamento dos bens destes altos responsáveis, onde se incluem o chefe do Comité de investigação russo, Alexandre Bastrykine, e o procurador-geral, Igor Krasnov.
A 22 de março, o Conselho da UE decidiu introduzir medidas restritivas contra os responsáveis de violações graves dos direitos humanos em diversos países do mundo, nomeadamente por tortura e repressão contra a comunidade LGBT e os opositores políticos na Chechénia, uma república russa do Cáucaso.