Malala Yousafzai, prémio Nobel da Paz, passou pela Web Summit no último dia do evento. A ativista paquistanesa veio para falar sobre alterações climáticas, mas antes fez questão de refletir sobre a pandemia.
"Este tem sido um ano difícil, estamos todos a apercebermo-nos, a aprender o que está errado nos sistemas em que vivemos. Todos sabemos que voltar ao velho normal não é suficiente. Temos que dar um passo em frente, temos que nos comprometer com um futuro conjunto melhor", disse.
Segundo Malala, o tema do ensino, que lhe é particularmente querido, está interligado com outro dos grandes dilemas contemporâneos: as alterações climáticas.
“O impacto das alterações climáticas aumenta as secas e inundações. Quando há inundações, as raparigas jovens, especialmente as crianças, perdem as suas casas e o acesso às escolas", explicou.
Quando há seca, “muitas pessoas têm de andar quilómetros para encontrar água. As alterações climáticas atingem as raparigas mais novas e a sua educação diretamente”, explicou ainda.
Ainda na mesma conversa, a ativista falou sobre os direitos das mulheres e contra o “patriarcado”. “Não faz sentido não ter esperança. É importante ser otimista e garantir que encorajamos as raparigas a ter uma voz. Não podemos ignorar o nosso papel no mundo, nas empresas, sociedade civil”, disse.
E atirou ainda: “A sociedade em que vivemos, a pressão nas mulheres é muito maior por causa do patriarcado. As mulheres devem ter orgulho nelas próprias.”