O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Moiteiro, disse à Agência ECCLESIA que é necessário promover a formação de professores e catequistas para responder a desafios como o da “ideologia do género” “Estas distinções, o que significa o ser humano na sua essência, a construção do ser humano, tudo isso passa por uma formação antropológica séria, como também todos os outros campos da teologia”, realçou o bispo de Aveiro, no lançamento do novo ano letivo e pastoral.
O prelado sublinha a importância da “questão da formação” nos planos da comissão episcopal, que abrange setores como a Catequese, a Escola Católica ou a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC). “Temos de continuar a insistir na formação de catequistas, de professores de EMRC, de professores das nossas escolas católicas. Esta dimensão é fundamental, porque é aqui que se joga o futuro”, aponta D. António Moiteiro.
No final do mês de agosto, a Conferência Episcopal Portuguesa divulgou no seu site oficial o documento sobre ideologia do género, publicado em 2013, no qual se questiona a “difusão” da mesma no ensino.
“Este [ensino] é encarado como um meio eficaz de doutrinação e transformação da mentalidade corrente e é nítido o esforço de fazer refletir na orientação dos programas escolares, em particular nos de educação sexual, as teses dessa ideologia, apresentadas como um dado científico consensual e indiscutível”, assinala o documento, que é retomado num momento em que se debate, em Portugal, o novo despacho da identidade de género nas escolas.
Mais de 34 mil pessoas subscreveram uma petição pública pela “suspensão imediata” do despacho nº 7247/2019, publicado a 16 de agosto pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, e o secretário de Estado da Educação, João Costa, considerando que o mesmo “oficializa a implementação da Ideologia de Género nas escolas”.
Outro tema abordado pelo presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé foi a preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Portugal vai receber em 2022. “Precisamos de preparar os adolescentes de hoje, que vão ser os jovens de amanhã”, assinalou o bispo de Aveiro, destacando o papel do projeto "Say Yes", criado pelo Setor da Catequese do Patriarcado de Lisboa e disponibilizado a todo o país, com a duração de três anos.
Fernando Moita, novo diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), realça, a este respeito, a importância de construir um “roteiro, um itinerário formativo, catequético, com os adolescentes”. O responsável, que assumiu funções no início de setembro, aponta como missão da Igreja Católica, neste setor, ajudar os jovens e adolescentes a construir “um projeto de vida”, desejando que “a Educação Cristã seja uma realidade qualificante, qualificadora”, nas comunidades paroquiais e escolares”.
António Cordeiro é o novo coordenador do Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica no SNEC e promete atenção às “várias dinâmicas” que se vão implementando na preparação para a JMJ 2022. “Nós queremos que os alunos, na nossa disciplina, façam um percurso de crescimento para a plenitude”, precisa.
O novo ano letivo promete ser “especial” para a disciplina de EMRC, que vai assinalar o 10.º aniversário do encontro para alunos no Secundário e o 20.º para alunos do 1.º ciclo.