A Câmara de Viana do Castelo candidatou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) um projeto de dois milhões de euros que quer transformar o centro histórico da cidade num bairro comercial digital, foi divulgado esta quinta-feira.
Em comunicado enviado às redações, a autarquia explicou que o “projeto inovador, cuja candidatura aos fundos do PRR compete com todas as outras cidades nacionais, com um investimento previsto de cerca de dois milhões de euros, espera um financiamento de 1,5 milhões de euros”.
“A primeira etapa já foi ultrapassada com a aprovação da proposta de ideia, entre 187 manifestações de interesse de outras cidades, tendo Viana do Castelo sido selecionada para submeter a sua candidatura final a esta chamada do PRR bastante exigente”, refere a nota.
Segundo a autarquia, o projeto do bairro comercial digital procurará a mobilidade inteligente, com uma nova gestão e monitorização dos fluxos de pessoas e veículos em tempo real, fomentando a fluidez e a harmonia de percursos, com novos caminhos pedonais e o aumento da mobilidade suave”.
O projeto prevê “a existência de uma loja central do bairro que servirá como unidade central, de gestão e monitorização, para tratar de todos os assuntos relativos ao bairro que, com sensores ambientais e plataformas de visualização de ocorrências e outras, promova uma descentralização na gestão e organização da cidade nesta área comercial”.
A candidatura “prevê a criação de um portefólio de serviços e equipamentos mais alargado, uma identidade visual partilhada, montras digitais, um conjunto de mobiliário urbano inovador, expansão da rede pública Wifi e 5G, e outro tipo de inovações com vista à criação de um espaço tecnologicamente avançado e com alto valor para a prestação de serviços ao cidadão e ao comércio tradicional, através do desenvolvimento de novas funcionalidades, da integração das Lojas com História, entre outras novidades, como por exemplo a utilização da realidade aumentada”.
O objetivo do projeto “é fomentar uma transformação de um espaço urbano que é o cartaz de visita da cidade para todos os cidadãos, empresas e turistas”.
“Pretende-se, assim, alcançar uma nova centralidade na cidade através da transição digital e climática do setor do comércio e serviços na cidade, em particular nos estabelecimentos existentes e nos novos negócios que se esperam atrair, mediante a disponibilização de ferramentas e serviços que contribuirão para a digitalização do setor e para a dinamização económica e social local”, sustenta o município.
A Câmara de Viana do Castelo “apresentou linhas gerais da candidatura já submetida e os resultados do inquérito realizado há um ano aos comerciantes e consumidores, que serviu de base para elaborar a manifestação de interesse e a candidatura final aos Bairros Comerciais Digitais”.
Segundo o estudo, “mais de 70% dos comerciantes responderam favoravelmente à adoção de tecnologias digitais ao serviço do comércio local, mais de 95% dos consumidores em Viana do Castelo realizam atualmente compras ‘online’, enquanto apenas 34,4% dos comerciantes vende ‘online’, pelo que o consumo digital se apresenta como uma oportunidade para os negócios”.
“O atendimento, o contacto presencial e a forma personalizada como os comerciantes recebem os seus clientes não serão substituídos, mas o investimento no digital pretende melhorar experiências, modernizar e ir ao encontro do que os clientes procuram atualmente”, refere a nota.
A Câmara Municipal criou um consórcio com a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), bem como outras parcerias com entidades locais, para construir este Bairro Comercial Digital.
No âmbito do consórcio cabe ao município “promover o desenvolvimento e implementação das ações previstas no plano de ação do projeto, bem como disponibilizar os meios humanos e financeiros necessários ao seu sucesso”. Já a AEVC será “responsável pela contratação de um gestor do bairro, promovendo, em conjunto com os comerciantes locais, várias medidas para formar, capacitar, divulgar e incentivar o uso das tecnologias digitais que serão disponibilizadas.
Os projetos dos bairros comerciais digitais do PRR visam fomentar a coesão territorial e destinam-se a autarquias, empresas municipais e associações locais.