Os autarcas de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal defendem que a travessia do rio Sado seja abrangida pelo passe Navegante e vão convidar o ministro das Infraestruturas e dos Transportes, João Galamba, a visitar a região.
Em causa está a travessia fluvial do Rio Sado que liga Setúbal a Troia e que está concessionada a uma empresa privada, a Atlantic Ferries, que pertence ao Grupo Sonae Capital.
Os autarcas queixam-se dos elevados preços praticados e pedem ao Governo uma redução de custos para os utentes desta ligação fluvial.
À Renascença, o presidente da Câmara de Alcácer do Sal alerta para o facto de uma travessia no ferry poder custar a uma família tanto quanto uma viagem "lowcost" para uma cidade europeia.
Segundo os autarcas, uma viagem ida e volta só de um passageiro tem o custo de 8,80 euros. Já uma travessia com carro, no ferry com o condutor incluído, custa 39,20 euros. Se essa viagem de ida-e-volta incluir mais três pessoas, além do condutor, o preço pode ascender a 67,60 euros.
“Não é um problema só da cidade de Setúbal, nem é um problema de Alcácer ou o de Grândola” sublinha Vitor Proença. “É um problema do país, particularmente da Área Metropolitana de Lisboa e a administração central tem que olhar para isto”, aponta o autarca.
Para Vitor Proença, é “inadmissível e inaceitável” o valor praticado, até porque lembra o presidente da Câmara de Grândola, a ligação fluvial é usada por muita gente que tem de ir ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
“Estamos a falar de pessoas que têm que ir aos hospitais de Setúbal para consultas e tratamentos, e atravessar a margem neste acesso de Troia e também o sentido contrário.”
Questionado sobre como vão fazer ouvir as suas reivindicações, o autarca de Alcácer do Sal explica que vão pedir ao ministro João Galamba que vá visitar a região.
“Decidimos hoje que vamos convidar o senhor ministro das Infraestruturas a visitar a nossa região, a região Troia, no sentido de ver 'in loco' a situação que estamos a colocar que é um assunto que toca milhares de pessoas”, confirma Proença.
Os autarcas de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal defendem que o transporte deveria ser assegurado por uma empresa pública na qual fosse possível viajar usando o passe Navegante.
À Renascença, o presidente da Câmara de Grândola explica que os preços praticados afetam a economia do seu concelho.
Figueira Mendes defende que a travessia deveria ser subsidiada pelo Governo. “Tem que haver alguma subsidiação que reduza os custos de quem utiliza aqueles transportes porque efetivamente, durante o Verão, os barcos têm muita clientela, mas chegado agora ao Inverno, de facto, já não há tanta gente a atravessar”.
O autarca de Grândola lembra que em setores económicos como a restauração pagam muito caro esta travessia. “Por exemplo, a compra de peixe é muita dela feita em Setúbal e, portanto, do ponto de vista económico, isto tem peso na estrutura económica aqui do concelho”, refere Figueira Mendes.