O presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, Marco António Costa, diz que uma comissão de inquérito ao caso do furto de armas da base de Tancos pode ser útil.
“Julgo que a comissão pode sempre aprofundar, no plano institucional e político, um conjunto de informações e estruturar soluções para o futuro que evitem situações desta natureza", bem como "que falhas associadas a circunstâncias como esta e todo um conjunto de acontecimentos posteriores voltem a ocorrer”, explicou à Renascença, sublinhando que fala enquanto deputado - a título individual - e não em nome do grupo parlamentar do PSD.
Para Marco António Costa, esta comissão pode ajudar a “reforçar o sistema de segurança nacional, reforçar os mecanismos de cooperação entre as Forças Armadas e as instituições civis, no plano da segurança interna, e, também, garantir uma maior tranquilidade da opinião pública”.
Esta declaração surge após o líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, ter dito que os socialistas não se vão opor à criação de uma comissão de inquérito sobre o furto de material militar em Tancos, como pretende o CDS-PP.
Até agora, foram detidas oito pessoas: quatro militares da Polícia Judiciária Militar, entre os quais se encontra o diretor desta polícia, três militares da GNR e um outro suspeito. O Ministério Público também pede a detenção de um nono homem, que se encontra em missão na República Centro-Africana.
O alegado ladrão das armas da base de Tancos é um ex-militar que terá contado com a cumplicidade da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR.
O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições
Em 18 de outubro, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção de munições de nove milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com 100 explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.