Uma das marcas do Jubileu Extraordinário da Misericórdia é a existência de “Portas de Misericórdia” em cada diocese e ainda nos principais santuários do mundo.
Estas portas foram estabelecidas para haver locais onde os fiéis, atravessando-as, “possam ser abraçados pela misericórdia de Deus e se comprometam a serem misericordiosos com os outros, como o Pai o é connosco”, como diz o Santo Padre na bula com que anunciou o jubileu.
A principal porta será em Roma e a primeira, que foi aberta mesmo pelo Papa Francisco antes do início oficial do ano jubilar, encontra-se em Bangui, capital da República Centro-Africana. Ao todo haverá quatro portas em Roma, uma em cada basílica papal.
Portugal não será excepção e cada diocese terá uma “porta de misericórdia”, que normalmente se situa na Catedral principal e que normalmente não coincide com a principal entrada da igreja, mas é uma entrada secundária ou mesmo uma estrutura feita de propósito.
É o que se passa no Patriarcado de Lisboa, onde para além da porta na Sé, D. Manuel Clemente decretou uma série de igrejas jubilares, espalhadas pela diocese, “para que os fiéis, fora da Igreja Catedral, possam beneficiar das graças próprias do jubileu, a palavra do perdão possa chegar a todos e o chamamento para experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente”.
O mesmo se passa no Porto e Braga, mas Évora vai fazer de forma diferente, tendo apenas uma porta da misericórdia, não na Sé mas sim no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que segundo o arcebispo “oferece melhores condições de acolhimento e de recolhimento”.
Na diocese de Leiria-Fátima, com seria expectável, haverá duas portas santas, uma na Sé, em Leiria, e outra na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.
A diocese das Forças Armadas e de Segurança, que não tem uma dimensão geográfica, terá a sua porta na Igreja da Memória, na Ajuda, em Lisboa, que será inaugurada no dia 10 de Dezembro. Também aqui haverá lugar ao estabelecimento de algumas igrejas jubilares em diferentes partes do território nacional, incluindo na capela da Base Aérea das Lajes.
Não basta atravessar
A passagem pela porta da misericórdia concede aos fiéis uma indulgência plenária, mas não basta atravessar a estrutura.
Como sempre acontece com as indulgências, é necessário o fiel estar confessado, comungar e rezar pelas intenções do Santo Padre. Estes preceitos podem, se for preciso, ser cumpridos nos dias depois da passagem pela porta santa.
A Igreja ensina que o pecado fere o homem de duas formas, deixando-o com a culpa e com uma mancha. Enquanto a confissão limpa alma do penitente da culpa dos seus pecados, a mancha fica, sendo purificada no purgatório, após a morte. As indulgências permitem limpar a alma da mancha deixada por esse pecado. Assim, a indulgência pode ser obtida em nome próprio ou em nome de alguém que já tenha morrido.