Um total de 539 pessoas chegou este sábado ao porto de Lampedusa numa embarcação pesqueira sobrelotada, que foi localizada pelas autoridades italianas.
O autarca de Lampedusa, Totò Martello, confirmou que este é um dos maiores desembarques ocorridos na ilha nos últimos tempos.
Os 539 migrantes, incluindo um menor e três mulheres, estavam no barco sobrelotado e a situação era tão preocupante que se temeu que a embarcação virasse, motivo pelo qual tiveram de ser transferidos para vários barcos e depois conduzidos ao cais de Favarolo, onde o desembarque ocorreu.
Na sexta-feira um barco com 25 pessoas e outro com 100 também foram localizados e acompanhados até o porto.
A chegada de mais de 500 migrantes aumenta ainda mais a pressão no centro de acolhimento de Lampedusa, que já abriga 1.234 pessoas apesar de a capacidade ser de cerca de 250, informou a imprensa italiana.
Na terça-feira, 507 migrantes também chegaram à ilha em apenas 24 horas e, embora, essas pessoas tenham sido transferidas aos poucos para outras localidades, a chegada incessante de mais barcos faz com que o centro de acolhimento esteja sempre muito acima da capacidade máxima.
O autarca de Lampedusa, Totò Martello, voltou a alertar para a difícil situação.
“Chegaram a Lampedusa cerca de 500 migrantes, um dos maiores desembarques dos últimos tempos. Mais uma vez, a ilha prepara-se para suportar sozinha o peso do acolhimento humanitário. Sou o primeiro a dizer que devemos apoiar, a todos níveis, o compromisso da comunidade internacional para o drama que está a ser vivido no Afeganistão, mas é justo lembrar que existem outros territórios e países onde os direitos humanos e os direitos fundamentais como saúde, educação e alimentação são negados diariamente", disse.
Aquele responsável defendeu que “é necessário olhar para os ‘outros afegãos’ e garantir corredores humanitários”.
“Nesse sentido, espero que a Europa e os seus Estados-membros avaliem os critérios que os levaram a redigir o novo Pacto de Migração e Asilo, atualmente mais focado no repatriamento do que na integração e acolhimento, e que retomem também os conteúdos do Pacto Global para as Migrações”, acrescentou.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), na rota do Mediterrâneo Central, que vai da Líbia à Itália, desde o início do ano, já morreram afogadas 392 pessoas e 632 estão desaparecidas, perfazendo um total de 1.024, segundo o boletim atualizado até 21 de agosto.