O padre Luís Miguel Costa vai ser julgado por tentativa de coação sexual e aliciamento de um menor para fins sexuais, informou hoje a juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Viseu, Rute Sobral.
Após ter ouvido Luís Miguel Costa no dia 11, durante a fase instrutória do processo, o tribunal decidiu agora proferir despacho de pronúncia, ou seja, o caso segue para julgamento.
O padre está acusado da prática "dos crimes de coação sexual, na forma tentada, e do crime de aliciamento de menores para fins sexuais".
No dia 11, à saída do tribunal, o advogado do padre, Paulo Duarte, disse esperar que o seu cliente "não esteja, nem sirva nunca, de bode expiatório para expiar as culpas de quem quer que seja, nomeadamente de instituições".
"Trata-se de um cidadão que está, junto da justiça, a fazer-se ouvir. Mas é um cidadão, não é culpado, nem deve expiar a culpa de terceiros ou de instituições", afirmou aos jornalistas.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), em 27 de março de 2021, "o arguido, quando se encontrava sentado ao lado de um menor", que na altura tinha 14 anos, "tocou com a sua mão na mão da vítima e, pouco depois, deu-lhe conta do seu propósito de se relacionar sexualmente" com ele.
"De seguida, convidou o menor para se encontrar com ele no WC, local onde, puxando-o para junto de si, aproximou os seus lábios aos dele, procurando repetidamente beijá-lo na boca, o que este evitou", acrescentou.
O MP referiu ainda que, "pouco depois", o padre mandou "diversos SMS [serviço de mensagens curtas] para o telemóvel do menor, aliciando-o para um encontro a fim de se relacionar sexualmente com ele".
O sacerdote foi suspenso de funções pela diocese de Viseu assim que a queixa foi conhecida.