A Semana Europeia da Juventude é uma iniciativa da Comissão Europeia que tem por objetivo debater “temas pertinentes para os jovens” e dar a conhecer “as oportunidades que a União Europeia tem para a juventude”. Este ano o foco está nas eleições europeias e na importância da participação democrática dos jovens eleitores.
“Esta iniciativa da Comissão Europeia é sempre dedicada às questões de participação e da cidadania. Este ano, em concreto, acontecendo a apenas dois meses das eleições, é especialmente dedicada à democracia e à participação em contexto eleitoral, para a escolha dos nossos representantes no Parlamento Europeu”, explica à Renascença o diretor da agência Erasmus + em Portugal.
Para Luis Alves, é urgente combater a tendência da abstenção, que nas europeias tem sido crescente e demasiado elevada.
“Apesar de se falar muito de um certo défice democrático na construção do projeto europeu, a verdade é que a única instituição Europeia que é eleita diretamente pelos europeus tem sido sempre com taxas de abstenção historicamente altas e, no caso português, sempre crescentes, eleição após eleição. Nas últimas europeias, em 2019, a participação dos portugueses foi de apenas 30%, portanto, houve 70% de abstenção.”
Espera, por isso, que esta semana seja uma “oportunidade” para mostrar aos jovens “ a importância do Parlamento Europeu e da participação eleitoral. A democracia não se esgota em eleições, mas não há democracia sem eleições, e essa é também uma das mensagens que procuramos passar”, sublinha.
A Semana Europeia decorre de 12 a 19 de abril, mas em Portugal desde março que há iniciativas a decorrer por todo o país, continente e ilhas, no âmbito de um roadshow organizados pelo Erasmus+.
Luis Alves diz que o objetivo é “contrariar uma certa ideia de que a Europa é uma coisa distante, está lá para Bruxelas, no domínio das relações internacionais. Não é assim. O Parlamento Europeu tem hoje poderes que tem visto reforçados Tratado após Tratado, e influi de forma muito direta a nossa vida, em múltiplas dimensões. Por isso, queremos que este roadshow seja uma oportunidade para dar informação sobre o modo de funcionamento da União Europeia, das suas instituições, dos processos de tomada de decisão”.
“Temos cinco vezes mais candidaturas do que aquelas que podemos financiar”
Luis Alves garante que os jovens portugueses têm aproveitado bem as oportunidades europeias que existem. “A execução dos programas, quer do Erasmus + , quer do Corpo Europeu de Solidariedade, é absolutamente plena, com taxas de execução que chegam a ser superiores a 100%, e com indicadores de execução desses programas que distinguem o país e os jovens portugueses no contexto europeu.
Por exemplo, Portugal é o país europeu que mais voluntários envia para participar em projetos de voluntariado do Corpo Europeu de Solidariedade (CES). Somos o quarto país, em termos absolutos, mas o primeiro em termos relativos. E isso diz muito, quer da capacidade de iniciativa das organizações portuguesas, quer do ativismo dos jovens portugueses e da sua vontade de participar e de contribuir positivamente na vida da comunidade e nas causas em que acreditam”.
No caso do Corpo Europeu de Solidariedade, Luis Alves explica que “é um programa que pretende mobilizar 270 mil jovens europeus, até 2027, em projetos de participação solidária na sua comunidade”. Mas há também o DiscoverEU , “um Interrail gratuito para jovens com 18 anos”, e o programa Erasmus, que em Portugal tem sido um sucesso.
“Temos cinco vezes mais candidaturas ao Erasmus+ , no domínio da juventude do que aquelas que podemos financiar. Isso mostra bem que o programa tem sido capaz de, em matéria de informação e de envolvimento, chegar aos seus destinatários. E tendo em conta que o Erasmus+ e o Corpo Europeu de Solidariedade - cá está, uma decisão que em grande medida é tomada no Parlamento Europeu – estão a ver o seu orçamento mais do que duplicar relativamente ao quadro financeiro anterior, isso quer dizer que vamos poder apoiar em dobro as mobilidades de jovens, a formação de técnicos de juventude, o financiamento de projetos de participação jovem nos processos de tomada de decisão. Tudo isso são coisas que em certa medida também resultam das escolhas políticas que se fazem quando se elege o Parlamento Europeu”, sublinha.
A Semana Europeia da Juventude abriu esta sexta-feira, com uma sessão presidida pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. Em Portugal as iniciativas promovidas no âmbito do roadshow decorrem dia 12 na Póvoa do Lanhoso, dia 13 em Viana do Castelo, dia 15 em Foz Côa, dia 16 em Viseu, dia 17 em Évora e na Madeira, dia 18 em Portimão e dia 19 em Beja e nas regiões autónomas.