O Governo da Macedónia do Norte anunciou esta sexta-feira que entrará em estado de emergência a partir de setembro no fornecimento de energia elétrica e de aquecimento às famílias, em resposta à crise da dependência total do gás russo.
"A decisão foi tomada principalmente como resultado da escassez de eletricidade e de problemas nos mercados globais, e também para explorar alternativas ao gás natural devido à insuficiência deste combustível", explicou o Governo de Escópia, precisando que a medida entra em vigor no dia 01 de setembro.
Este é o segundo estado de emergência no fornecimento de energia nos últimos dez meses no país, depois de ter sido também declarado no final do ano passado e alargado ao setor do aquecimento doméstico no início de 2022 em Escópia.
A medida prevê que todos os edifícios públicos devem reduzir as despesas energéticas em 15% e prevê consequências para os infratores, enquanto as empresas privadas e as famílias são apenas "aconselhadas" a seguir estas medidas.
As centrais elétricas estatais da Macedónia do Norte (ESM) terão de aumentar a produção interna em 25% e queimar mais gás natural, carvão e mazut (um fuelóleo pesado de baixa qualidade) para assegurar a procura tanto dos cidadãos como da economia.
A ESM prepara-se igualmente para assumir o controlo do aquecimento de Escópia depois do Balkan Energy Group (BEG), uma empresa privada constituída maioritariamente por capital russo, ter cessado as suas operações durante o verão por insolvência financeira.
Ao mesmo tempo, o município de Escópia, capital do país, decidiu reduzir também a iluminação pública nas ruas principais com apenas 70% da produção de luz.
Tanto a administração central como local limitarão a temperatura do ar condicionado nos seus escritórios a 27 graus Celsius durante os dias quentes e a 20 graus Celsius durante o outono e o inverno.
A Macedónia do Norte assegurará 70% das suas necessidades energéticas através da produção doméstica, principalmente pelas centrais elétricas a carvão "Bitola" e "Oslomej", enquanto quantidades menores serão fornecidas pela energia eólica, fotovoltaica, painéis solares e centrais hidroelétricas, sendo que o resto da procura será coberto por importações de carvão da Grécia, Albânia e Kosovo.
No que diz respeito ao gás natural, o Estado está 100% dependente do gás russo do único gasoduto do país, proveniente da vizinha Bulgária.