A FIFA apresentou uma queixa criminal contra o seu ex-presidente, Joseph Blatter, após uma investigação efetuada por peritos externos, por suspeita de má gestão relacionada com o museu do futebol situado em Zurique, anunciou o organismo, esta terça-feira.
Segundo o organismo que tutela o futebol mundial, a queixa identifica o envolvimento direto de Blatter, juntamente com outras pessoas, em atividades relacionadas com acordos que foram assinados em relação às instalações do museu.
A queixa, apresentada a um procurador de Zurique, inclui o custo total do projeto, de cerca de 500 milhões de francos suíços (460 milhões de euros). Refere que a anterior direção “investiu 140 milhões de francos suíços na remodelação de um edifício que não lhe pertence, tendo também efetuado um contrato de arrendamento a longo prazo (2045) em condições desfavoráveis quando comparado com as taxas normais de mercado”.
“Devido aos elevados custos associados ao museu, bem como à forma geral de trabalho da antiga direção da FIFA, foi efetuada uma auditoria forense para descobrir o que realmente se passou”, disse Alasdair Bell, secretário geral adjunto da FIFA, citado no documento.
Segundo a mesma fonte, a auditoria revela “circunstâncias suspeitas e falhas de gestão, algumas das quais podem ser de natureza criminosa”, que necessitam de esclarecimento.
“Concluímos que não tínhamos outra escolha senão denunciar o caso aos procuradores”, refere.
O museu do futebol é um edifício de 10 andares, com 3.000 metros quadrados de espaço para exposições, eventos e refeições, e que tem 140 escritórios, localizado no centro de Zurique.
“A atual administração da FIFA pretende igualmente submeter toda a documentação relacionada com este assunto ao Comité de Ética independente, para que este possa iniciar qualquer investigação que considere apropriada, dadas as circunstâncias”, conclui.