Cerca de 39% dos portugueses adultos serão obesos em 2035, estima um relatório internacional que coloca, porém, Portugal como o oitavo país, entre 183, mais bem preparado para combater esta doença crónica.
Os dados constam do relatório de 2023 da Federação Mundial de Obesidade (WOF, na sigla em inglês), parceira da Organização Mundial da Saúde, e que prevê uma tendência "muito elevada" da prevalência da doença nos próximos anos.
O Atlas da Obesidade Mundial projeta, assim, um aumento da obesidade de 2,8% ao ano entre 2020 e 2035 para a população adulta, uma percentagem que sobe para os 3,5% no caso das crianças portuguesas.
De acordo com a WOF, a despesa da saúde com esta doença (obesidade e excesso de peso) será equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2030 e de 2,2% em 2035, um impacto considerado pela organização como "muito elevado".
Apesar destas projeções de subida da prevalência, o documento indica Portugal como o oitavo país mais bem preparado para combater a obesidade, atribuindo uma classificação de "bom", e apenas atrás da Suíça, Finlândia, Noruega, Islândia, Suécia, França e Reino Unido.
Esta classificação nacional da WOF é atribuída pela Direção-Geral da Saúde (DGS) "ao conjunto de medidas de promoção da saúde que tem sido desenvolvido", através do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS).
No Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, a DGS salientou que este "bom resultado de Portugal" se deve a medidas na área da alimentação saudável e da atividade física, como as ações que visam legislar sobre o 'marketing' dos alimentos pouco saudáveis ou reduzir o sal nos alimentos, caso do teor máximo de sal no pão.
"Destaca-se, também, a capacidade das unidades de cuidados de saúde primários em identificarem precocemente e darem resposta a patologias associadas à obesidade, como é o caso da diabetes ou das doenças cardiovasculares", adiantou a direção-geral.
O novo PNPAS, apresentado em março, pretende reduzir o consumo de alimentos não saudáveis em pelo menos 15% até 2030 e defende respostas imediatas de saúde perante a "magnitude do problema".