O chanceler alemão classificou como "grave" a presença da ex-deputada da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) na alegada organização terrorista desmantelada na quarta-feira e que planeava tomar o parlamento (Bundestag).
"É obviamente um caso mais do que notável e gravíssimo", afirmou Olaf Scholz, num encontro com os chefes dos governos regionais, a propósito das operações realizadas na quarta-feira em 11 Estados federados, em que foram detidas 25 pessoas.
A operação policial mostrou "a capacidade de atuação da nossa democracia" e a determinação de atuar "com toda a firmeza" contra esses grupos, acrescentou.
Entre os 25 envolvidos está a juíza e ex-deputada da AfD Birgit Malsack-Winkemann.
De acordo com a investigação aberta pela Procuradoria-Geral, o grupo está ligado aos "Reichsbürger" ou "Cidadãos do Reich", movimento radical que não reconhece as atuais fronteiras da Alemanha, bem a ordem constitucional ou autoridades.
A organização era constituída por uma espécie de conselho consultivo e um braço armado, disse o procurador-geral, Peter Frank, e o seu objetivo era "destruir a ordem democrática constitucional na Alemanha através da violência e meios militares".
O líder do grupo é alegadamente um aristocrata, identificado como Heinrich K.R. e que se autodenomina de Heinrich XIII ou príncipe de Reuss.
Trata-se de um empresário de 71 anos, radicado em Frankfurt, ativo no setor imobiliário e conhecido por espalhar teorias da conspiração.
Entre os detidos estava um cidadão russo, cuja tarefa era supostamente estabelecer negociações com a Rússia após o ataque ao parlamento.
Ao todo, 3.000 agentes participaram da operação policial e foram revistadas 150 casas ou escritórios, distribuídos em 11 Estados federados.
Segundo noticiou na quarta-feira o jornal alemão Die Welt, a juíza alemã Birgit Malsack-Winkemann demitiu-se do cargo.