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A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vai propor ao Governo o adiamento ou, até mesmo, a suspensão do pagamento de alguns impostos.
Em declarações à Renascença, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, defende que as empresas do setor estão entre as mais atingidas pela pandemia.
As medidas de âmbito fiscal a apresentar ao Executivo “deverão ser discutidas esta semana”, revelou o responsável.
“As empresas não podem viver só de empréstimos ou de linhas de crédito, porque muitas delas já têm um endividamento muito desenvolvido”, reconhece João Vieira Lopes.
“As propostas de base serão sempre adiamentos de pagamentos faseados por vários anos, mas também temos outras, que estamos a discutir, de suspensão de alguns impostos”, detalha.
João Vieira Lopes manifesta-se, ainda, preocupado pelo facto do setor do comércio e serviços ser o mais castigado pela pandemia.
Com o reforço das medidas de confinamento, anunciadas esta segunda-feira pelo primeiro-ministro, João Vieira Lopes avisa que a proibição de venda ao postigo vai afetar, essencialmente, as microempresas que vão continuar a ter despesas fixas, mas vão perder a pequena fonte de rendimento que tinham.
“O problema principal é que estas empresas, que são relativamente pequenas, vivem da faturação do dia a dia. Agora, vão estar mais umas semanas sem dinheiro em caixa e têm um conjunto de responsabilidades, é uma situação bastante grave, até porque hoje estão muito mais fragilizadas do que estavam em março”, adverte o presidente da CCP.
Apesar de reconhecer que o comércio e serviços é suscetível de gerar concentrações de pessoas, João Vieira Lopes pede uma análise mais abrangente dos efeitos da Covid-19 no conjunto da economia.
O presidente da CCP lembra que os setores da restauração, comércio e serviços “são sempre os primeiros a ser atingidos pelas restrições, mas parece que não há contágio no resto da economia, que é uma coisa que gostaríamos que fosse feita uma análise: na agricultura, na indústria, na construção, mas parece que o Governo se concentra apenas nestes setores”.
Vieira Lopes diz compreender a necessidade de se fixarem restrições, mas defende “uma análise mais alargada dos impactos na economia” e avisa que muitas empresas dificilmente conseguirão sobreviver ao agravamento das medidas de confinamento geral.