O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defende que parte substancial da receita da futura taxa turística reverta para a aquisição e reabilitação de habitação no centro histórico.
"Eu já defendi que a ser criada uma taxa turística, como eu entendo que deve ser criada: Devemos utilizar uma parte significativa desses recursos exactamente para esta função. Ou seja, para a câmara poder intervir activamente na politica habitacional da cidade”, disse Moreira, no decurso da reunião da autarquia desta terça-feira.
Rui Moreira reforçou que o futuro imposto deve servir para a câmara “poder intervir activamente na política habitacional da cidade”.
Em Fevereiro, no âmbito de uma iniciativa da ECO Talks, o autarca do Porto defendeu a criação da taxa turística no concelho, contudo, considerou não ser correto lançá-la agora, a poucos meses do fim do mandato, adiantando ainda que a receita deverá ser utilizada “para diminuir o peso da pegada turística”, evitando assim que o turismo assuma proporções como em Barcelona, Espanha, ou na Mouraria, em Lisboa, “em que expulsou cidadãos”.
No decurso da reunião, o vereador da habitação, o socialista Manuel Pizarro classificou de estranho o facto de alguns imóveis sofrerem alterações significativas de preço na sequência da Câmara anunciar direito de preferência na sua aquisição: "Não acho que seja normal que esteja previsto vender-se um imóvel por 200 mil euros, por 180 mil euros; a câmara anunciar que exercer o direito de preferência e os proprietários comunicarem que, então, vão vendê-lo pelo dobro ou pelo triplo”.