Os portugueses estão novamente a mudar os hábitos em relação aos locais em que fazem as compras de Natal. Há cada vez mais consumidores a optar pelo comércio de rua e pelas compras em "sites". Os centros comerciais estão perder expressão.
Este fenómeno verifica-se num ano em que os portugueses voltam a gastar mais em prendas na quadra natalícia. Em média cada português gastará 373 euros (mais 23% do que no ano passado), um valor idêntico ao que acontecia antes da crise. Há seis anos que os portugueses não gastavam tanto em compras de Natal.
Segundo um estudo do IPAM - The Marketing School, citado pelo "Diário de Notícias", o sítio onde se gasta o dinheiro também está a mudar e se há cinco anos cerca de metade dos consumidores planeava fazer as compras de Natal exclusivamente em centros comerciais, este ano não chega a ser um terço quem mantém esse hábito.
A opção pelo comércio tradicional, juntamente com a ida a "shoppings", convence 31,4%, enquanto 9% vai fazer compras "online".
O DN escreve ainda que depois de uma queda abrupta dos valores gastos em compras de Natal, entre 2009 e 2011, em que o valor médio passou de 490 euros para 282,60 euros, os montantes para despender têm vindo a aumentar timidamente nos últimos dois anos - 7,2% em 2014 e 10,9% em 2015 - e cresceram agora significativamente para 23,9%, o que eleva o valor médio de compras para um montante equivalente ao de 2010.
Pobres e ricos, como gastam?
O mesmo estudo do IPAM, quando analisa o comportamento dos consumidores por níveis de rendimento, diz que os da classe A ganham oito vezes mais do que os da classe D, mas, quando chega altura de comprar presentes para esta época, os mais ricos contam gastar 456 euros euros e os mais pobres 206 euros.
A justificação do estudo é que quem mais ganha já pouco tem a oferecer nesta altura do ano, enquanto os consumidores menos abonados esperam pelo Natal para adquirir alguns bens de maior valor.
"As classes altas têm tido comportamentos mais ponderados, evitam o consumismo e pensam até na sustentabilidade, enquanto tenho ouvido os mais pobres dizer, noutros estudos que fazemos, que já poupam durante todo o ano pelo que no Natal não pode faltar nada", diz Mafalda Ferreira, docente do IPAM.