Depois de Elon Musk ter afastado quase metade do funcionários do Twitter, é a vez da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, optar pelo despedimento de milhares de trabalhadores à escala mundial.
De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a decisão decorrerá das recorrentes perdas do valor de mercado da empresa. Em outubro, o valor em bolsa da Meta caiu em mais de 79 mil milhões de euros.
Segundo o mesmo jornal norte-americano, o anúncio dos despedimentos deverá ser feito, oficialmente, na próxima quarta-feira, sendo que a multinacional tem 87 mil funcionários em todo o mundo.
No espaço de um ano, o The Guardian destaca uma queda de 73% no valor de mercado da Meta: avaliada em cerca de um bilião de euros em outubro de 2021, passou para 270 mil milhões em outubro deste ano.
O jornal britânico também salienta que, nos últimos três meses, o departamento do metaverso - Reality Labs - registou perdas a rondar os 3,7 mil milhões de euros. A Meta também já revelou que espera perder 10 mil milhões de euros em receitas de publicidade em 2022.
Em relação aos despedimentos, a empresa recusou-se a confirmar quaisquer informações de momento, mas, em resposta ao The Guardian, remete explicações para declarações recentes de Mark Zuckerberg, diretor executivo da Meta.
O fundador do Facebook afirma que, para o ano de 2023, o investimento "focar-se-á num número reduzido de áreas prioritárias para o crescimento" da empresa. "Portanto, isso significa que algumas equipas irão crescer significativamente, mas a maioria irá manter ou reduzir [o número de funcionários] ao longo do ano."
Neste sentido, Zuckerberg espera terminar o ano de 2023 com uma "organização mais pequena do que a de hoje".
De acordo com o CEO da Meta, as prioridades passarão pela inteligência artificial, pela publicidade, pelos Reels do Instagram e pelo metaverso. Apesar das perdas, Zuckerberg acredita que, "com o passar do tempo, estes serão investimentos muito importantes para o futuro do negócio".
De acordo com o The Guardian, esta linha de ação da Meta poderá estar ligada à pressão de um dos seus acionistas, a Altimeter Capital Management (ACM), que já havia frisado, numa carta enviada a Mark Zuckerberg, a "necessidade de cortar nos postos de trabalho e nos gastos" da empresa.
A ACM aponta ainda que a dona do Facebook terá perdido a confiança dos investidores ao apostar no pioneirismo do metaverso.