O líder do Chega disse esta sexta-feira, em Coimbra, que o partido vai definir este fim de semana, em congresso, as condições para uma futura coligação de Governo com o PSD e avisou que as suas exigências são inegociáveis.
"É neste congresso que o partido vai determinar claramente que o Chega não será muleta de nenhum partido", frisou André Ventura, em declarações aos jornalistas junto à Universidade de Coimbra, de onde partiu uma marcha até à Praça Heróis do Ultramar.
O dirigente político vincou que "esta direita veio para ser antissistema" e que, ou o PSD aceita isso, "ou não haverá Governo à direita".
Salientando que as exigências do Chega são "inegociáveis", André Ventura disse que o seu partido terá de sentar à mesa com os sociais-democratas "de igual para igual para que haja um Governo à direita, capaz de afastar os socialistas".
"Nunca negociar com o PSD como um diminuído, mas sim de igual para igual", sublinhou.
Aos jornalistas, o líder partidário adiantou que as condições para essa coligação com o PSD vão ser apresentadas sábado, ao final da tarde, durante a sua intervenção no congresso que decorre este fim de semana em Coimbra.
"Se o congresso apoiar, cá estaremos para exigir essas condições, mas, se optarem por outros modelos, não será comigo", avisou o presidente do Chega, referindo que o partido só terá futuro "se se mantiver fiel aos seus princípios".
André Ventura avisou ainda que o partido deve mostrar unidade e não "confronto e conflito", para que o congresso gere união em torno da missão de "derrubar este sistema e mudar o Partido Socialista".
"Queremos dizer a Coimbra que o Chega não é um partido de protesto, mas sim um partido de Governo, e para isso os delegados têm de decidir em que condições aceitamos ser Governo e com quem queremos dialogar e com que exigências", referiu.
O líder do Chega encabeçou depois uma marcha com quase meio milhar de pessoas, desde o Largo da Porta Férrea da Universidade de Coimbra até à Praça Heróis do Ultramar, acompanhada de um forte dispositivo policial.
Inicialmente, a marcha tinha como ponto culminante a Praça 8 de maio, na Baixa da cidade, onde a comitiva de André Ventura nas eleições presidenciais foi cercada por manifestantes à saída da igreja de Santa Cruz, mas o trajeto foi alterado por razões de segurança pública.
A marcha decorreu sem incidentes, apesar de ao longo do percurso algumas pessoas terem exibido gestos obscenos e gritado "fascismo nunca mais", frase inscrita em alguns cartazes afixados no local onde terminou a iniciativa.