Têxtil Coelima pede insolvência após quebra de 60% nas vendas devido à pandemia
15-04-2021 - 12:24
 • Lusa

Empresa com cerca de 250 trabalhadores pretende apresentar um plano de recuperação aos credores no prazo de 30 dias.

A Coelima apresentou na quarta-feira um pedido de insolvência, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito covid-19, disse à agência Lusa fonte oficial da têxtil.

“A empresa decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável”, adiantou a mesma fonte.

A empresa diz, contudo, pretender, conforme previsto na lei, apresentar um plano de recuperação aos credores no prazo de 30 dias.

Com cerca de 250 trabalhadores, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

De acordo com fonte oficial da têxtil, após “todos os esforços realizados, a empresa decidiu apresentar-se à insolvência de forma a minimizar os impactos nos vários ‘stakeholders’, nomeadamente dos colaboradores, que apesar da situação têm todos os salários em dia”.

Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.

Com o objetivo de “assegurar a manutenção de postos de trabalho e minimizar impactos na região” a empresa diz ter procurado diferentes alternativas para prosseguir a atividade, salientando, entre as várias ações promovidas, as candidaturas apresentadas às várias linhas de crédito covid-19, mas que até à data não foram aprovadas.

Os cerca de 250 trabalhadores da Coelima têm idade média de 51 anos e uma antiguidade de 27 anos.

Os funcionários da Coelima estão “preocupados mas serenos” e vão continuar “empenhados e a produzir”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes.

Francisco Vieira adianta que os trabalhadores não têm prevista qualquer ação de protesto contra o pedido de insolvência, mas “não descartam nenhuma possibilidade”. Na segunda-feira vão começar os plenários para analisar o pedido de insolvência.