Irão avisa que ataques norte-americanos a Houthis agrava o conflito em Gaza
23-01-2024 - 09:00
 • Lusa

O chefe da diplomacia iraniana garante que os Houthis "só irão parar os navios que se dirigem aos portos do regime de ocupação israelita".

O Irão alertou esta terça-feira os Estados Unidos, através de "uma mensagem séria", que os ataques contra os Houtis no Iémen são um "erro estratégico" e levam à "intensificação" do conflito no Médio Oriente.

"Enviamos uma mensagem séria e um alerta aos americanos, afirmando que a sua ação conjunta com o Reino Unido contra o Iémen e o Mar Vermelho é uma ameaça à paz e à segurança na região", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amir Abdolahian, de visita a Nova Iorque.

O chefe da diplomacia iraniana afirmou que os ataques americanos e britânicos contra os Houthis no Iémen representam uma "intensificação do alcance da guerra", informou a agência estatal IRNA.

Abdolahian garantiu que os Houthis "só irão parar os navios que se dirigem aos portos do regime de ocupação israelita".

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano está em Nova Iorque para participar numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito em Gaza.

Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam novamente várias posições dos rebeldes Houthis no Iémen, na segunda-feira, o que marca a segunda operação conjunta das duas nações contra aquele grupo, informou o Pentágono, em comunicado.

O novo bombardeamento ocorre 10 dias depois de os Estados Unidos e o Reino Unido terem lançado um primeiro ataque conjunto contra 60 alvos no Iémen ligados aos Houthis, naquele que foi o primeiro grande ato de retaliação contra os insurgentes pelos ataques no Mar Vermelho.

Os Houthis, uma milícia apoiada pelo Irão que controla grandes áreas no Iémen, realizaram diversos ataques no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb contra navios que dizem estar ligados a Israel ou que se dirigem para Israel.

Defendem que os seus ataques são uma retaliação à ofensiva que Israel lançou sobre a Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas, em outubro.