Orlando Figueira foi alvo de ameaças, comunicou esta quinta-feira ao tribunal a advogada do ex-procurador que está a ser julgado no âmbito do caso Operação Fizz".
Carla Marinho indicou que Orlando Figueira, a irmã do ex-magistrado, que é testemunha no processo, e ela própria foram alvo de ameaças no edifício do tribunal e num hotel em Lisboa por alguém que disse "estar a mando de uma pessoa muito mencionada neste processo".
A advogada pediu ao tribunal a visualização dos vídeos de vigilância nos dias 27 e 28 de fevereiro da receção do tribunal e da zona perto da sala de audiência, onde decorre o julgamento.
Com este pedido, a advogada solicita a identificação da pessoa, que o coletivo de juízes envie uma certidão para o Ministério Público que comunique o sucedido à Ordem dos Advogados e que que sejam adotadas medidas de segurança para Orlando Figueira e família.
O requerimento foi feito durante a sessão em que está a ser ouvido Miguel Maya, administrador do BCP.
O coletivo de juízes do processo Operação Fizz remeteu cópia do requerimento da defesa do ex-procurador Orlando Figueira para o Ministério público junto do tribunal, para abertura de inquérito sobre as ameaças relatadas pela mandatária daquele arguido.
O processo Operação Fizz, relacionado com corrupção e branqueamento de capitais, envolve o antigo presidente da Sonangol e ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, que, num processo entretanto separado, é acusado de ter pago a Orlando Figueira 760 mil euros para que este arquivasse inquéritos em que era visado, designadamente na aquisição de um imóvel de luxo no edifício Estoril-Sol.
Além de Orlando Figueira, estão em julgamento o advogado Paulo Blanco (mandatário do Estado angolano em diversos processos judicias) e Armindo Pires, amigo de longa data e homem de confiança de Manuel Vicente em Portugal.