O Conselho de Segurança da ONU tem prevista para esta terça-feira uma reunião de emergência à porta fechada sobre o Nagorno-Karabakh, onde desde o fim de semana se registam violentos combates, indicaram fontes diplomáticas citadas pela agência noticiosa AFP.
Alemanha e França estão na origem desta iniciativa, mas outros membros do Conselho (Estónia, Bélgica, Reino Unido) também a apoiam, precisaram as mesmas fontes.
O regresso do conflito armado a esta região separatista arménia do Nagorno-Karabakh, ocorre em plena Assembleia geral da ONU e está a suscitar receios sobre uma guerra em larga escala entre a Arménia e o Azerbaijão no Cáucaso do sul, onde Ancara e Moscovo disputam zonas de influência.
Os combates mortíferos prosseguiam hoje entre o Azerbaijão – um país com população de maioria muçulmana xiita e junto ao mar Cáspio – e os separatistas arménios do Nagorno-Karabakh, e enquanto o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reforçava os receios de uma escalada com m discurso combativo de apoio a Baku, a capital azeri.
Desde domingo que as forças do enclave separatista, apoiado politicamente, economicamente e militarmente pela Arménia, um país de religião cristão ortodoxa, e as do Azerbaijão se confrontam nos combates mais sangrentos desde 2016.
De acordo com um balanço incompleto dos combates, pelo menos 67 pessoas já foram mortas nos confrontos.
No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh. Este integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.
Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite uma mediação russo-norte-americana-francesa designada Grupo de Minsk. No entanto, as escaramuças armadas permaneceram frequentes.
Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.