Os blocos de parto dos hospitais de Caldas da Rainha, Loures, Barreiro, Beja e Portimão vão estar encerrados entre as 8h00 de sexta-feira e as 8h00 de 2 de janeiro, divulgou hoje a tutela.
O encerramento destes blocos de parto consta do plano hoje divulgado pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o funcionamento das maternidades durante a quadra festiva do Ano Novo.
Segundo o plano, designado como segunda fase de "Nascer em segurança no SNS", os blocos de parto dos hospitais das Caldas da Rainha, de Loures, do Barreiro, Beja e de Portimão estarão encerrados entre as 8h00 de 30 de dezembro e as 8h00 de 2 de janeiro.
A funcionarem sem interrupção estarão 33 maternidades - 13 no Norte, sete no Centro, 10 em Lisboa e Vale do Tejo, duas no Alentejo e uma no Algarve.
Nestas condições, na região Norte, serão as maternidades de Bragança, Vila Real, Viana Castelo, Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Penafiel, Porto (hospitais São João e Santo António), Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira.
Na região Centro estarão abertas sem condicionamentos as maternidades de Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria, Guarda, Castelo Branco e Covilhã.
Nos mesmos termos, em Lisboa e Vale do Tejo, constam as maternidades de Abrantes, Santarém, Vila Franca de Xira, Lisboa (hospitais de Santa Maria e São Francisco Xavier e Maternidade Alfredo da Costa), Amadora-Sintra, Cascais, Almada e Setúbal.
Sem constrangimentos estarão também as maternidades de Évora e Portalegre, na região do Alentejo, e de Faro, no Algarve.
Em comunicado, a direção executiva do SNS refere que na primeira fase da operação "Nascer em segurança no SNS", que decorreu no período do Natal, entre as 8h00 de sexta-feira passada e as 8h00 de hoje, estiveram a funcionar ininterruptamente 29 blocos de parto, "tendo a rede do SNS assegurado uma resposta articulada a todas as utentes que recorreram aos serviços de saúde".
Segundo a nota, não se verificaram irregularidades e nasceram neste período, no SNS, 366 bebés.
A direção executiva do SNS irá avaliar os resultados da organização da rede de obstetrícia feita para o Natal e Ano Novo para efeitos de "decisões seguintes", nomeadamente "o funcionamento desta rede de referenciação no primeiro trimestre de 2023".
Fecho de maternidades provocou "constrangimentos", denuncia sindicato
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) desmente tutela e diz que várias maternidades registaram constrangimentos, no sábado, devido ao encerramento de alguns blocos de partos no período do Natal.
“Durante o fim de semana passado, maternidades como Garcia da Orta, Setúbal, Beja, Portimão, Abrantes e Santarém, no sábado, nós temos prova física que estiveram em constrangimento. Quando uma determinada maternidade está encerrada, as outras terão uma pressão maior”, disse à Renascença o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha.
O Sindicato alerta ainda que estes encerramentos, no Natal e Ano Novo, não resolvem o problema e podem antecipar a repetição da medida no início do próximo ano.
“Chamar nascimento seguro quando, de alguma maneira, se estão a encerrar maternidades - e não é para este fim, é já para o próximo trimestre - faz-nos lembrar a frase do provisoriamente definitivo. A questão de fundo não está ultrapassada e não há indícios de que isso possa acontecer, que é contratação de médicos obstetras, é fundamental que os médicos rescindam e vão para o privado”, defende Jorge Roque da Cunha.
[notícia atualizada às 22h09]