As autoridades do Texas estão a investigar a atuação da polícia na escola de Uvalde, para aferir se a resposta dada policial foi a adequada e rápida.
De acordo com a imprensa norte-americana, a polícia reconheceu, na quinta-feira, que não confrontou o atirador antes de este ter entrado na escola e ter atirado a matar sobre 19 crianças e dois professores, num dos crimes mais mortíferos nestas circunstâncias nos Estados Unidos.
O diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas, Victor Escalon, admitiu mesmo que passou cerca de uma hora entre o momento em que o atirador entrou na escola e a chegada da equipa tática, treinada para estas situações, que viria a invadir a sala de aula e acabar por abater o suspeito.
De acordo com o procedimento padrão, adotado após o ataque mortal na Columbine High School, em 1999, os oficiais de resposta são instados a confrontar os atiradores ativos imediatamente para evitar a perda de vidas.
Salvador Ramos entrou, na terça-feira, no estabelecimento de ensino munido com uma pistola e uma espingarda, vitimando 19 crianças e as duas professoras. Durante os cerca de 60 minutos que esteve no interior da escola teve tempo para atirar 25 vezes.
Somam-se por isso as críticas à atuação da polícia norte-americana que é acusada de ter demorado muito tempo a entrar no estabelecimento de ensino.
O chefe de polícia de Uvalde, Daniel Rodriguez, já reagiu em comunicado, defendendo a resposta dos seus agentes ao tiroteio.
“É importante para nossa comunidade saber que os nossos oficiais responderam em minutos”, defendeu.
De acordo com a BBC, e face às informações contraditórias, o congressista eleito pelo Texas, Joaquín Castro, dirigiu uma carta ao FBI, apelando para que a resposta das autoridades seja investigada.
Salvador Ramos entrou, na terça-feira, no estabelecimento de ensino munido com uma pistola e uma espingarda, vitimando 19 crianças e as duas professoras. Foi abatido pela polícia. Ainda em casa, disparou sobre a avó, que se encontra hospitalizada em estado crítico.
Marido de uma das professoras mortas “morreu de desgosto”
O marido de uma das professoras abatidas no tiroteio da escola em Uvalde, no Estado do Texas, morreu na quinta-feira de ataque cardíaco.
Joe Garcia era marido de Irma Garcia, que foi professora durante 23 anos na escola primária de Robb. Estavam casados há mais de 24 anos e deixam quatro filhos órfãos, dois rapazes e duas raparigas com idades compreendidas entre os 12 e os 23 anos de idade.
Uma página do GoFundMe criada por Debra Austin, prima da professora Irma Garcia, disse que o marido desta, Joe, “faleceu tragicamente esta manhã como resultado de uma emergência médica”.
“Acredito que Joe morreu de desgosto, com o coração partido; perder aquele que foi o amor da sua vida por mais de 30 anos foi demais para ele suportar”, acrescentou.
Na rede social Twitter, um sobrinho de Irma, John Martinez, afirmou que o tio tinha “falecido devido ao desgosto” na sequência do assassinato da esposa.
“Eu realmente não tenho palavras para descrever como estamos nos sentindo. Por favor, rezem pela nossa família. Deus, tenha piedade de nós. Isso não é fácil”, escreveu John Martinez.
O tiroteio que vitimou 21 pessoas, 19 crianças e dois adultos, é o mais mortal numa escola primária desde o massacre de
Sandy Hook, em 2012, em Connecticut, que matou 26 pessoas, incluindo 20
crianças entre os seis e os sete anos de idade.