Trabalhadores do entreposto do Lidl do Porto Alto, no concelho de Benavente (Santarém), estão esta segunda-feira em greve, em protesto contra a decisão da empresa de tornar definitiva a redução de horário, proposta em maio.
O Lidl Portugal afirma, em declarações à agência Lusa, que “a proposta de redução de carga horária foi colocada logo à partida como sendo definitiva”, tendo sido aceite individualmente pelos trabalhadores.
Ivo Santos, do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, adianta que 36 dos 50 trabalhadores deste entreposto de produtos não alimentares do Lidl, estão em piquete desde as 08h00 junto às instalações, depois de ter sido recusada uma reunião para discutir a decisão da empresa, a qual, disse, representa uma redução salarial de 150 euros mensais.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores aceitaram a redução de 40 para 32 horas semanais proposta em maio, porque a medida lhes foi apresentada como sendo temporária e única forma de evitar despedimentos.
“A passagem a definitiva tem consequências salariais, com perdas de rendimentos que são significativas para estes trabalhadores”, defende Ivo Santos.
A fonte adiantou que, tendo em conta a recusa de reunião por parte da direcção de recursos humanos da empresa, foi solicitada a intervenção do Ministério do Trabalho, estando agendada uma reunião para a manhã da próxima quarta-feira.
Na resposta à Lusa, o Lidl Portugal assegura que “cumpre integralmente com as suas obrigações legais e convencionais”, declarando “surpresa” com a convocação da greve e sublinhando que “oferece condições de trabalho de excelência no sector”.
“Ao longo dos últimos meses, o Lidl Portugal tem adaptado a gestão da sua operação ao actual contexto de pandemia, neste caso em particular foi necessário proceder a ajustes no horário dos seus colaboradores no armazém de Porto Alto”, afirma.
Segundo a empresa, o entreposto do Porto Alto “apresenta uma realidade distinta dos demais, por ser tratar de um armazém exclusivamente de artigos não alimentares”, pelo que a proposta de redução de carga horária “foi colocada logo à partida como sendo definitiva e aceite pelos colaboradores em carácter individual”.