A Venezuela à beira da guerra civil
19-04-2017 - 06:22

A falta de bens essenciais e a crescente violência levam venezuelanos a emigrarem.

Hoje, quarta-feira, poderá ser um dia de trágica violência na Venezuela. Haverá manifestações contra Maduro e em particular contra as medidas tomadas para impedir o normal funcionamento do Parlamento, onde a oposição detém a maioria. Entretanto, Maduro mandou os militares para a rua e promete distribuir uma espingarda por cada miliciano (que em breve serão um milhão, diz o Presidente).

Entretanto, Maduro mandou os militares para a rua e promete distribuir uma espingarda por cada miliciano (que em breve serão um milhão, diz o Presidente).

Desde o início de Abril já morreram cinco pessoas em manifestações contra o governo e centenas ficaram feridas. Foram feitas 538 prisões e suspeita-se de tortura.

Onze países da América Latina pediram à Venezuela que garanta o direito a manifestações. Bispos venezuelanos criticam publicamente a deriva ditatorial do chamado “socialismo bolivariano”.

A violência crescente e a dramática falta de bens alimentares e medicamentos levam muita gente a tentar a emigração, num país de imigrantes (incluindo portugueses).

Para Maduro, a inflação galopante, assim como todos os outros problemas, são mera consequência de tenebrosas conspirações comandadas do exterior. Uma desculpa esfarrapada, típica dos ditadores. Cuba sim, pode queixar-se do estúpido embargo americano, que ainda não acabou.

Quando a ideologia e a paixão política bloqueiam o pensamento racional, pode acreditar-se em tudo. Basta lembrar como, há mais de 50 anos, a União Soviética era idolatrada na Europa, a começar por intelectuais altamente considerados. Agora é a vez dessa versão frouxa do marxismo que é o tal “socialismo bolivariano”.